Marginal Tietê: Cratera é preenchida por rochas e argamassa; entenda
A cratera aberta na Marginal Tietê, em São Paulo, após um trecho onde ocorrem obras da linha 6-Laranja do metrô desabar, está sendo preenchida com rochas e argamassa. O deslizamento ocorreu na terça-feira (1º) pela manhã e o buraco chegou a ocupar três das quatro faixas da pista local, no sentido Ayrton Senna, entre as pontes do Piqueri e Freguesia do Ó.
Segundo o governo paulista, a situação está estável e todos os custos do reparo da marginal estão sendo cobertos pela Acciona, concessionária responsável pela obra da linha 6-Laranja do metrô. O governo e a empresa afirmam que tanto o túnel quanto o poço do metrô estão intactos e o leito do rio Tietê não foi prejudicado.
A equipe de João Doria (PSDB) disse, ontem, que houve um vazamento em uma adutora —canal para condução de água ou esgoto— da Sabesp, que inundou a obra do metrô. Mas a causa do acidente não foi confirmada. O governo, a concessionária, o Ministério Público e a polícia investigam o ocorrido.
As pistas central e local da Marginal Tietê continuam interditadas. De acordo com Lúcio Matteucci, diretor-adjunto das obras da Linha 6-Laranja da Acciona, há três ações sendo desenvolvidas na tarde desta quarta-feira (2):
- Preenchimento da cratera com rochas e argamassa;
- Interrupção de fluxo de esgoto junto à Sabesp;
- Aterro do poço do metrô para tentar impedir perda de solo (e a consequente abertura do local).
"Nossa primeira ação foi dar estabilidade ao local. O aterro do poço com rocha é importante para que a gente faça o tamponamento deste vaso comunicante [túnel de esgoto]", afirmou o executivo da concessionária, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ao lado de Doria.
"Com a parceria da Sabesp, a outra ação seria interromper o fluxo desse [túnel de esgoto] ITI-7, que foi muito importante para que pudéssemos avançar, e aí, ontem mesmo, rapidamente, mobilizamos todos os nossos equipamentos para fazer o carregamento dessas pedras", completou Matteuci.
Mais de 100 trabalhadores foram mobilizados nos reparos. Segundo a empresa, as ações começaram na tarde de ontem. São utilizados:
- 3 caminhões betoneiras;
- 6 bombas,
- 3.500 metros cúbicos de rocha.
A empresa avalia também se haverá a necessidade de instalar estacas para fazer a contenção da área que passou pelo desabamento e garantir a segurança do local. A instalação servirá servirá também para proteger a linha de transmissão de energia da ISA CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) que passa ali.
"Se a gente continuar avançando bem durante o dia de hoje, com o preenchimento da cratera, pode ser que a gente não necessite fazer esse estacamento", afirmou Matteucci.
Estamos trabalhando com uma outra alternativa, que, se nas próximas horas, com o preenchimento da argamassa, ela seguir satisfatoriamente, essa alternativa [estacamento] poderá ser cancelada."
Lúcio Matteucci, diretor-adjunto das obras da Linha 6-Laranja da Acciona
De acordo com a STM (Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos), se for necessário fazer o estacamento, o tráfego na faixa do meio deverá ser liberado em até dez dias. Se não, a pista central poderá ser aberta aos veículos até sexta-feira (4).
Por segurança, a Defesa Civil também recomendou junto à Comgás a interrupção da transmissão de gás no perímetro.
Obra do metrô está intacta, diz concessionária
De acordo com o governo paulista e a Acciona, a área está estável e a construção do metrô "intacta".
"Importante dizer que não houve nenhuma ruptura, de nenhuma estrutura da obra. Os túneis estão intactos, assim como o poço", declarou Matteucci.
As obras executadas [do metrô] estão intactas. As rochas que estão sendo colocadas serão removidas depois para a gente poder retomar normalmente a obra. Não há nenhum problema estrutural. Nada, nada, nada."
Paulo Galli, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos
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