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Ministro: Nem Tóquio ou Nova York resistiriam ao que choveu em Petrópolis

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/02/2022 10h01

"Problemas ligados ao clima", como os que ocorreram em Petrópolis (RJ), acontecem não só no Brasil, mas em todo o mundo, e "nem Tóquio ou Nova York" resistiriam ao volume de chuvas que caiu no município da Região Serrana.

Esta é a avaliação do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que concedeu entrevista hoje ao UOL News - Manhã, programa do Canal UOL. "Estamos sujeitos a esses problemas pela própria circunstância da natureza. Isso é, infelizmente, inevitável", afirmou.

Até a manhã de hoje, já chegava a 104 o número de pessoas mortas — incluindo oito crianças — em decorrência do temporal que atingiu na última terça-feira (15) a cidade de Petrópolis, segundo o governo do RJ.

Segundo a Defesa Civil, este foi o pior temporal registrado na cidade desde 1932, quando a medição começou a ser feita pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) — em três horas, choveu mais do que era esperado para todo este mês.

O Cemadem (Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais) registrou 250 milímetros de chuva em três horas em Petrópolis. "A média climatológica para o mês de fevereiro de Petrópolis é de 185 milímetros", disse Carine Gama, meteorologista da Climatempo, ontem.

Na visão de Marinho, "temos hoje uma tragédia anunciada, com mais de 100 anos de ocupação irregular nas nossas cidades". "São residências que estão em encostas, áreas passíveis de alagamento, de risco, entre outros fatores", afirmou.

Desde maio de 2017, a Prefeitura de Petrópolis tinha em mãos um estudo que identificava 15,2 mil moradias com risco alto ou muito alto de destruição por consequência de chuvas.

O levantamento, que custou R$ 400 mil aos cofres públicos, apontou como local com mais residências em áreas risco alto ou muito de destruição a região do 1º Distrito, onde está o Morro da Oficina, onde as chuvas da última terça-feira foram mais devastadoras.

De outubro de 2020 até hoje, acontecimentos como o ocorrido em Petrópolis, envolvendo chuvas em excesso, deslizamentos, alagamentos e correlatos, já deixaram mais de 200 mortos em seis estados.

Em São Paulo, 48 pessoas morreram. Na Bahia, 27. Em Minas Gerais — onde as fortes chuvas seguem —, 26. Também ocorreram mortes em Sergipe (2) e Espírito Santo (2).

Em MG, as fortes chuvas também provocaram a queda de uma rocha nos cânions de Capitólio, deixando mortos. Na Bahia, as enchentes em dezembro do ano passado foram as piores em 35 anos.

"Estamos tratando das pessoas que ficaram desabrigadas, sendo solidários com as famílias que tiveram óbitos", disse Marinho, falando do trabalho que o governo federal vem fazendo na região. "A hora é de enfrentar o problema", prosseguiu.

Veja a cobertura sobre a tragédia em Petrópolis, entrevista com ministro do Desenvolvimento Regional, análises de Josias de Souza e mais notícias no UOL News: