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O que se sabe sobre o caso da madrasta suspeita de envenenar enteados no RJ

Cíntia (ao fundo) posa com Fernanda, Bruno e o marido Imagem: Reprodução/ TikTok

Igor Mello

Do UOL, no Rio

22/05/2022 11h43

Presa na última sexta-feira sob a acusação de ter envenenado dois enteados, Cíntia Mariano Dias Cabral é investigada pela Polícia Civil do Rio por este e outros crimes.

A suspeita de envenenamento ganhou força após um de seus enteados —Bruno, um adolescente de 16 anos— passar mal após comer na casa do pai no domingo (15). O jovem teve os mesmos sintomas apresentados pela irmã Fernanda Carvalho Cabral, 22 anos, que morreu em 28 de março.

A partir da similaridade dos dois quadros, a empresária Jane Carvalho Cabral, mãe de ambos, procurou a polícia.

Quando ocorreram os fatos?

Fernanda passou mal na casa do pai em março, após ingerir comida oferecida pela madrasta. Ela chegou a ficar internada por dez dias em um hospital público do Rio e morreu em 28 de março.

Já seu irmão teve o mesmo tipo de sintoma após comer um prato de feijão oferecido por Cíntia no último domingo (15). Ele foi socorrido pela mãe e conseguiu se recuperar.

Quais as provas contra a madrasta?

Após receberem a denúncia, agentes da 33ª DP (Realengo) fizeram uma diligência até a casa de Cíntia e, no local, encontraram um frasco de chumbinho —veneno utilizado para acabar com infestação e ratos.

Além disso, segundo a Polícia Civil, os filhos biológicos de Cíntia afirmaram em depoimento que ela confessou a eles ter colocado veneno na comida dos enteados.

Quais são os crimes investigados?

A madrasta é investigada pelo homicídio de Fernanda e tentativa de homicídio contra Bruno. Além disso, segundo a Polícia Civil, também foram abertos procedimentos para apurar se ela é a responsável pela morte de um ex-marido e de uma vizinha.

O que diz a família das vítimas?

A mãe de Fernanda e Bruno, Jane Carvalho Cabral, iniciou uma campanha nas redes sociais para buscar justiça pelos crimes cometidos contra eles.

A empresária Jane Costa com os filhos Bruno e Fernanda, envenenados pela madrasta em Realengo Imagem: Reprodução/ Instagram

Em um longo vídeo de desabafo postado em seu perfil no Instagram, ela criticou Cíntia: "Isso não se chama de ser humano, isso se chama monstro", disse. "Eu quero que essa pessoa pague em dobro tudo que ela fez com a minha família, com meus filhos."

Ela ainda destacou a semelhança nos sintomas apresentados pelos dois filhos. Segundo ela, foi esse fato que a fez acreditar na possibilidade de um envenenamento.

"Tanto a Fernanda quanto o Bruno tiveram uma mesma coincidência, após uma refeição na casa do pai passar mal, com o mesmo sintoma. Meu filho veio para provar, para derrubar essa máscara e fazer justiça para ele e para a irmã dele", relatou.

Jane vem recebendo uma onda de apoio diante da repercussão do caso. A autora de novelas Gloria Perez —que teve a filha Daniella Perez assassinada em dezembro de 1992— escreveu um texto em solidariedade a ela.

"Jane, que você se mantenha de pé. Vais encontrar forças que nem sabias que tinhas, para enfrentar a luta que vem pela frente: a de buscar justiça para os teus filhos, e há de conseguir. Tenho certeza que os corações de todas as mães estão contigo, você fala de um momento que vivemos aqui em casa: o casal de psicopatas que assassinou minha filha [Guilherme de Padua e Paula Tjomaz, hoje Paula Rodrigues], também foi à delegacia, no dia do crime, no carro em que cometeram o crime, prestar solidariedade a nossa família!", disse a autora.

O pai dos jovens, Adeilson Cabral, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que se sente revoltado e culpado por ter se envolvido com Cíntia, embora a comida tenha sido servida em sua casa.

"Fico com um sentimento de revolta e culpa por me envolver com um monstro. Mas eu não tinha bola de cristal. Até briguei com Deus, perguntei à Ele por quê tirou a minha filha. Mas não foi Deus. Foi quem estava do meu lado. Infelizmente eu não sabia", afirma Adeilson.

Adeilson disse que não havia percebido nenhum sinal de que Cíntia poderia fazer isso com os filhos. Quando Fernanda ficou internada, Adeilson disse que Cíntia prestou suporte à família e se comportou como uma atriz.

"Ela ajudou o tempo todo. Todos os dias ela me via orando no quarto, de joelhou, pedindo pela minha filha", afirma Adeilson. Hoje o pai dos jovens diz que precisa tomar remédios para conseguir se acalmar.

Discurso nas redes sociais

Nas redes sociais, Cíntia procurava manter uma imagem de religiosa e fazia apelos constantes pela recuperação da enteada.

Em seu perfil no TikTok, a madrasta postou uma série de vídeos com fotos de Fernanda e músicas gospel para desejar uma recuperação rápida da jovem, segundo a Polícia Civil.

No Instagram, a descrição de seu perfil é um versículo bíblico: "Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?"

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