Baiana sofre sequelas de ter 70% do corpo queimado ao cozinhar com álcool
Uma moradora da cidade de Feira de Santana (BA) que teve 70% do corpo queimado enquanto cozinhava com álcool já enfrentou quatro meses de internação e sofre para se recuperar das sequelas e sem poder trabalhar. Ela conta com a ajuda apenas da filha de oito anos e de vizinhos para questões do cotidiano.
Iris Paiva sofreu um acidente no mês de fevereiro, quando estava no quintal de casa cozinhando em um fogareiro improvisado. Quatro meses após a internação, ela recebeu alta, mas, com muitos ferimentos no corpo, não consegue sair do sofá e fazer atividades simples do dia a dia, conforme contou em entrevista à TV Subaé.
Eu era uma pessoa que trabalhava. Hoje, me ver nessa situação, é difícil. Tem hora que eu olho e pergunto se Deus está me vendo, porque eu estou nessa situação e não aceito ainda.
Sem documentos, ela perdeu um benefício social que recebia do governo, não tem energia ou gás em casa e conta apenas com ajuda de vizinhos e da filha de oito anos para realizar as atividades domésticas.
Agora, conta com ajuda de desconhecidos para sobreviver. "Gente que não é da minha família está olhando por mim, me abençoando", disse a mulher.
Casos como o de Iris têm crescido no Brasil, onde, em junho, o botijão de gás de 13 quilos chegou a consumir até 13% do salário mínimo, maior nível em 16 anos.
Em abril, dois meses após o acidente da mulher em Feira de Santana, a diarista Angélica Rodrigues, de 26 anos, morreu na cidade de São Vicente (SP) após ter 85% do corpo queimado enquanto tentava cozinhar com álcool de posto de combustível (etanol). Ela passou 15 dias esperando uma transferência para hospital de referência no tratamento de queimados na capital paulista, mas não resistiu aos ferimentos.
Meses antes disso, ainda em 2021, uma mulher da cidade de Osasco, que usava álcool para cozinhar porque não tinha dinheiro para comprar gás, teve 90% do corpo queimado e o bebê dela, de 7 meses, ficou com 50% do corpo queimado.
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