'Dei tiro nela. Muitos': homem confessa assassinato de ex no centro do RJ
Tatiana Campbell
Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro
27/07/2022 10h19Atualizada em 27/07/2022 15h44
O homem preso como principal suspeito de matar a ex-mulher com 16 tiros no Centro do Rio de Janeiro confessou o crime em depoimento colhido na delegacia. Ele alegou que ao chegar na casa de Sarah Jersey Nazareth Pereira, 24, viu outro homem no local e afirmou ter atirado "muito".
"Eu desci o morro, enquadrei um mototáxi, coloquei uma pistola nas costas dele e falei pra me levar lá [na casa da vítima]. Chegando lá, dei um tiro na porta, subi, dei um tiro no portão. Entrei dentro do quarto, meu filho e minha filha deitados, o cara lá (...), ela [a vítima] tinha corrido pro quarto da irmã dela, pedi para a irmã dela sair e matei ela. Dei tiros nela. Muitos", disse ele, em depoimento gravado em vídeo pela Polícia Civil.
O suspeito alega que o homem estava nu. Segundo a Polícia Civil, ele ainda não tem defesa constituída - sua identidade será preservada até que um advogado possa confirmar a versão do depoimento.
Os dois filhos do casal, um bebê de 2 meses e uma criança de 4 anos, estavam no cômodo ao lado. Moradores contaram que ele se entregou para policiais do Bairro Presente, em Santa Teresa, Região Central do Rio, a mando de traficantes locais.
Ainda na delegacia, ele ainda disse que foi até outro bairro na região Central da cidade para se desfazer da arma usada no crime - uma pistola.
Segundo a Polícia Civil, o preso tem 47 passagens pela polícia, por crimes como roubo, tráfico de drogas e homicídio. Contra ele há mandados de prisão em aberto - o último por roubo majorado, que é com o uso de arma de fogo mediante violência ou ameaça, em abril de 2021.
"A gente fica aliviado em saber que ele tá preso, né? Ainda mais a mãe e a irmã dela. As duas estão em choque, mas tendo que segurar pelas crianças. Foi uma brutalidade absurda. Ninguém vai esquecer a cena", disse uma vizinha, que pediu para ser identificada apenas como Leila.
Após a perícia feita no corpo de Sarah Jersey, os agentes da Delegacia de Homicídios recolheram 16 cápsulas de balas no apartamento.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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