Jovem de 24 anos morre em hospital após ser espancada por marido em MG

A jovem Maressa Linhares da Silva, 24, morreu esta madrugada em um hospital de Divinópolis, em Minas Gerais. Ela foi espancada, teve múltiplas lesões pelo corpo e não resistiu aos ferimentos. A polícia abriu inquérito para apurar o crime de feminicídio consumado.

As agressões ocorreram em Campo Belo, cidade vizinha, onde a jovem morava com o marido. Porém, por causa da gravidade dos ferimentos, Maressa teve que ser transferida.

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À EPTV, afiliada da TV Globo em Minas Gerais, a Polícia Militar afirmou que a jovem foi espancada pelo marido na madrugada de domingo, na residência do casal, no bairro Jardim América, em Porto Belo.

Vizinhos do casal viram quando o companheiro de Maressa a arrastou, desacordada, para dentro do imóvel. A irmã do suspeito foi chamada e, constatando a violência, chamou a Polícia Militar. Porém, quando os agentes chegaram ao endereço, ele havia fugido.

No dia seguinte, ele procurou pela irmã, que chamou a Polícia Militar novamente e, dessa vez, os agentes conseguiram prender o rapaz em flagrante. Até o final da tarde de hoje, ele permanecia detido no presídio de Campo Belo.

Em depoimento à EPTV, a irmã do suspeito afirmou que a cunhada já havia sido agredida pelo namorado outras vezes, que não havia medida protetiva contra ele e também contou que a jovem vinha sendo alertada sobre o comportamento agressivo dele. Segundo informou a polícia, o suspeito responde criminalmente, em liberdade, pela acusação da morte do próprio pai.

O romance entre ele e a vítima teria iniciado justamente quando o rapaz saiu da cadeia. De acordo com a família, a mulher estaria sendo agredida pelo marido de forma rotineira. A própria irmã do rapaz e pessoas próximas a Maressa já teriam tentado afastá-la dele.

Em março deste ano, ela fez uma postagem no Facebook, onde dizia, referindo-se ao companheiro: "Você chegou e em apenas quatro meses mudou totalmente o meu mundo. Desde o mágico dia em que nossos olhares se cruzaram tudo passou a fazer sentido, e eu existo para fazer você feliz e ser feliz ao seu lado. Obrigada por estes quatro meses de namoro e felicidade".

No dia 18 de maio, última publicação de Maressa, ela cumprimenta o marido pela passagem do aniversário: "Feliz aniversário, meu amor, eu amo muito você, muitas felicidades. Deus abençoe você sempre. Este é o primeiro aniversário juntos, eu te desejo tudo de bom, eu te agradeço por cuidar tão bem de mim, você é um bom rapaz, espero que continue assim. Parabéns pelos seus 25 anos, meu bebê lindo, hoje o dia é todo seu".

Em nota, a Polícia Civil informou que, ao tomar conhecimento dos fatos, "iniciou as diligências investigativas, com o levantamento dos fatos, realização dos trabalhos periciais, oitiva de testemunhas e, assim, no mesmo dia, foi possível fazer a representação pela prisão preventiva do investigado, preso logo depois".

Ainda segundo a nota, o inquérito foi instaurado para apurar o crime de feminicídio consumado, "uma vez que no dia 27 de julho a vítima veio a óbito em decorrência das agressões que sofreu. O inquérito será concluído no prazo legal e, em seguida, será encaminhado à Justiça".

O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia, nem a informação se ele já teria constituído defesa. O UOL ainda não conseguiu localizar seus representantes legais para posicionamento. O espaço permanece aberto para a manifestação da defesa.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer denúncia em até seis meses.