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Agente que matou petista tem alta e vai para prisão da Lava Jato

Amigos e parentes de Marcelo Arruda, morto a tiros pelo bolsonarista Jorge Guaranho, fizeram um protesto em frente ao hospital onde o atirador teve alta em Foz do Iguaçu (PR) Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em São Paulo

10/08/2022 15h06Atualizada em 12/08/2022 13h36

O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho teve alta hoje à tarde do hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde se recuperou dos ferimentos sofridos na noite de 9 de julho em Foz do Iguaçu (PR), quando matou o guarda municipal petista Marcelo Arruda, que revidou aos disparos antes de morrer.

Sob protestos, Guaranho ainda aguarda na unidade para ser transferido ao Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana da capital Curitiba, mesma unidade penitenciária onde ficaram os políticos detidos pela Operação Lava Jato.

Com camisas e cartazes em homenagem a Marcelo Arruda, manifestantes fizeram um ato em frente ao hospital, pedindo por justiça. Parentes e amigos do petista também lembraram que o assassinato completou um mês.

"Nos mobilizamos e resolvemos vir para a frente do hospital para fazer um manifesto pacífico. Que a Justiça seja feita e que acabe todo esse ódio", pediu o vendedor Leonardo Miranda de Arruda, 26, um dos filhos do guarda municipal assassinado.

"Queremos apenas que ele [Guaranho] pague pelo crime que cometeu", completou o empresário André Alliana, amigo de Arruda.

Preso preventivamente, Guaranho foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum, com pena que pode variar de 12 a 30 anos de prisão.

Após ser atingido por seis tiros, Guaranho levou mais de 20 chutes na cabeça em pouco menos de seis minutos, conforme revelou o UOL, que teve acesso às imagens das câmeras de segurança no local do crime. As agressões fazem parte de uma investigação paralela da Polícia Civil do Paraná, que apura o impacto das lesões sofridas por Guaranho em decorrência do espancamento praticado por três homens.

Justiça negou pedido de prisão domiciliar

Registro em foto de Jorge José da Rocha Guaranho em um churrasco em Foz do Iguaçu (PR) no dia 9 de julho, horas antes de matar Marcelo Arruda Imagem: Reprodução

Guaranho teve alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital há três semanas para se recuperar de lesões. Com fragmentos de projétil de arma de fogo alojado na cabeça, o policial penal foi atingido por tiros na boca, braços, perna esquerda e de raspão no pescoço, segundo informações passadas ao UOL pelos representantes legais dele. O policial penal ainda sofreu uma fratura no maxilar.

Os advogados do policial penal chegaram a entrar com pedido de revogação da prisão preventiva para que ele permanecesse em prisão domiciliar "em razão do seu estado de saúde e da necessidade de cuidados médicos". Mas o pedido foi recusado pela Justiça do Paraná.

Na decisão, o juiz Gustavo Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, se justifica ao dizer que Guaranho possui personalidade "conflituosa, beligerante e intolerante", e que o assassinato em ano eleitoral contrapõe a liberdade de escolha na hora do voto. Segundo o magistrado, o fato de Guaranho atirar diversas vezes indica "audácia do agente e desconsideração com a vida de vítimas secundárias".

A defesa de Guaranho ainda pediu que ele não fosse levado para essa unidade penal, sob a alegação de que não havia estrutura para atendê-lo. Mas o pedido também foi negado ontem pela Justiça.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Guaranho foi à festa para "provocar" os convidados, segundo a Polícia Civil —Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT. Após discussão, Arruda jogou areia no veículo do bolsonarista, que deixou esposa e filha em casa e voltou ao local para abrir fogo contra o aniversariante.

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