Delegado da PF morto em MT foi atingido na cabeça por disparo de policiais
Colaboração para o UOL, em São Paulo
27/08/2022 17h34Atualizada em 27/08/2022 18h46
O delegado da PF (Polícia Federal) Roberto Moreira da Silva Filho, de 35 anos, morreu após ser atingido na cabeça por um disparo feito pelos próprios policiais ao tentarem impedir a fuga de um caminhoneiro que quis atropelar os agentes.
Roberto Filho foi baleado na madrugada de hoje durante uma operação contra a extração ilegal de madeira na terra indígena de Aripuanã, a cerca de 920 quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Ele comandava a Operação Onipresente.
Ao UOL, a assessoria da PF confirmou que o delegado usava colete à prova de balas e demais equipamentos de segurança necessários para a abordagem.
Ele e a equipe fiscalizavam caminhões quando um motorista se recusou a parar, descumprindo uma ordem policial, e tentou atropelá-los. Os policiais atiraram, mas uma das balas ricocheteou e atingiu Roberto Filho na cabeça.
A PF de Mato Grosso afirmou ao UOL que o caminhoneiro conseguir fugir do local da fiscalização, mas foi identificado após procurar atendimento médico para tratar um ferimento no pé.
O homem foi interrogado pela Polícia Civil e deve responder por tentativa de homicídio, entre outros crimes, por jogar o caminhão em direção a equipe da PF.
Natural de Brasília, Roberto Filho era chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico do Mato Grosso desde dezembro de 2020. Antes de assumir o cargo, ele participou de várias operações ambientais no estado.
Segundo a assessoria da PF, Roberto Filho foi responsável por inúmeras ações que resultaram em prisões em flagrante, apreensão de madeira ilegal e destruição de veículos e equipamentos usados em práticas delituosas. Ele foi descrito como um agente muito atuante.
Ministro lamenta morte de delegado da PF
A PF divulgou hoje uma nota de pesar pela morte do delegado Roberto Moreira da Silva Filho. No texto, o órgão ressalta que a superintendência da PF em Mato Grosso está acompanhando de perto a investigação sobre as circunstâncias da morte.
Somente após a perícia será possível identificar o autor do disparo, informou a assessoria da PF.
O MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso também se manifestou sobre a morte do delegado, destacando seu profissionalismo e seriedade no combate a crimes ambientais no estado.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, lamentou o caso nas redes sociais dizendo que recebeu a notícia com "imenso pesar".
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil