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Câmera flagra assassinatos de campeão de jiu-jitsu e idoso em Praia Grande

Colaboração para o UOL

13/10/2022 19h33

Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que um homem de 35 anos, armado, invadiu na noite de ontem um restaurante japonês em Praia Grande (SP) e matou a tiros duas pessoas, um paratleta de jiu-jitsu de 25 anos, que morreu na hora, e um idoso de 67, que morreu após ser levado ao hospital. Antes de ser preso por agentes da Polícia Militar, Maurício Souza Alves tentou roubar a moto de um casal e fez três reféns, entre eles uma criança, numa pizzaria da cidade.

A primeira vítima foi identificada como Thaynã Higor Cruz da Silva, 25, tricampeão mundial pela Confederação Brasileira de Parajiu-Jítsu (CBPJJ). Nas imagens, é possível ver quando ele sai do estabelecimento e fica na calçada. O atirador chega por trás e atira na nuca da vítima, que morre na hora. Assustados, clientes tentam sair, mas se deparam com o atirador e correm de volta ao interior do restaurante. Ele anda lentamente e atira conta um homem de 67 anos antes de sair.

O duplo homicídio foi cometido por volta das 22h27 de ontem, na Avenida Marechal Malet, no bairro do Boqueirão.

Em nota, a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), administradora do hospital Irmã Dulce, informou que o paciente de 67 anos, deu entrada pela emergência em estado grave, ontem, e foi prontamente atendido, "porém, não resistiu e evoluiu a óbito nesta quinta-feira à 00h18".

Segundo o delegado Alex Mendonça do Nascimento, Maurício Alves é um fugitivo do sistema prisional desde o início do ano, quando foi agraciado com um indulto e não retornou mais. Ainda não se sabe o que o motivou a entrar no restaurante e atirar contra o jovem e o idoso.

"Após atirar contra os clientes do restaurante, ele ainda tentou render um casal numa moto, em uma avenida da cidade, mas sem sucesso. Na sequência, ele invadiu uma pizzaria, onde estava sendo realizado um jantar de casamento, e fez três reféns entre os convidados. Um deles, uma criança pequena", contou ao UOL o delegado.

A PM conseguiu localizá-lo no interior do estabelecimento e iniciou uma negociação para convencê-lo a liberar os reféns. "Num dado momento, os agentes perceberam que o ferrolho da arma estava aberto, ou seja, não tinha mais munição. O fugitivo foi então rendido".

Segundo o delegado, os agentes da PM precisaram impedir os clientes da pizzaria de linchar o suspeito. Já na delegacia, ele foi indiciado por duplo homicídio, roubo, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, sequestro e cárcere privado, disparo de arma de fogo e captura de procurado.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que foi solicitada perícia no local dos homicídios e na arma do criminoso. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande.

"Descobrimos que ele tinha passagem por extorsão mediante sequestro e era procurado pela polícia, por fugir do sistema prisional durante uma saidinha", disse Nascimento, destacando que, após audiência de custódia, o suspeito teve a prisão convertida em preventiva. Ele aguardará julgamento preso.

O UOL apurou com o Tribunal de Justiça de São Paulo que Maurício Alves ainda não tem defesa constituída até o momento. A reportagem tentou contato com a advogada que representou o homem em prisão anterior, mas não obteve resposta até o momento. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação de seu representante legal.