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SP: Pedreiro é condenado a 29 anos de prisão por morte de jovem concretada

Buraco onde o corpo de Joice foi escondido depois do assassinato por estrangulamento - Reprodução/Facebook e Polícia Civil SP
Buraco onde o corpo de Joice foi escondido depois do assassinato por estrangulamento Imagem: Reprodução/Facebook e Polícia Civil SP

Do UOL, em São Paulo

12/04/2023 14h44Atualizada em 14/04/2023 19h44

O pedreiro Jonathas Soares de Santana, 37 anos, foi condenado a 29 anos e dez meses de prisão, em regime inicial fechado, pela morte de uma jovem, em São Vicente (SP).

O que aconteceu

Joice Maria da Glória Rodrigues, 25, foi dada como desaparecida em setembro de 2021. O corpo foi encontrado oito dias depois.

O cadáver foi ocultado dentro de uma parede em uma obra. O crime ocorreu no bairro Esplanada dos Barreiros, na cidade litorânea.

Jonathas foi condenado por 4 votos a 3 em júri popular, na noite de ontem. Ele era o chefe dos pedreiros na obra em que o corpo foi concretado.

O réu nega qualquer envolvimento com o crime.

O que diz a defesa

João Nogueira, advogado de Jonathas, disse ao UOL que irá recorrer da decisão. Ele argumenta "que a decisão dos jurados foi contra os elementos de prova colhidos no processo".

Em segunda instância será designado novo júri ou diminuição da pena. Absolvição não. Essas são nossas chances."
João Nogueira, advogado de Jonathas

Como foi o crime

A vítima foi encontrada nua; enroscada no seu pescoço estava uma camiseta preta que foi usada no estrangulamento. Um saco com calcinhas foi achado no segundo andar da obra.

A investigação da 3ª Delegacia de Homicídios chegou até Jonathas e o pedreiro Edmilson Veríssimo da Silva, de 56. À época, Edmilson afirmou que havia usado drogas e mantido relações sexuais com Joice, que depois teria ficado com Jonathas.

Edmilson confessou ter matado e colocado Joice dentro da parede.

Segundo depoimentos à época do crime, Joice e Edmilson mantinham relações sexuais havia seis anos. O chefe dos pedreiros flagrou os dois juntos e teria pedido para "participar".

De acordo com Edmilson, houve uma briga. Ele conta que, ao descer as escadas, viu Joice deitada de bruços e Jonathas sobre ela reclamando.

O pedreiro disse ter visto um revólver no canto do sofá e o começo do estrangulamento. Diante da ordem para que ajudasse, auxiliou na execução da mulher.

Ainda de acordo com o depoimento de Edmilson à época, Jonathas deu ordens para ele "se livrar do corpo". Ele abriu o banheiro, que ficava embaixo da escada, e depositou o corpo de Joice. Areia foi colocada para abafar o cheiro.

Na sequência, Jonathas dirigiu até sua casa. Edmilson saiu para comprar cigarro e voltou para a obra. Ele recebia dinheiro a mais para dormir no local e evitar que ferramentas fossem furtadas. Dormiu a cerca de 10 metros da parede onde o corpo estava escondido. Passou a noite no mesmo sofá em que ajudou a matar Joice.

Julgamento de Edmilson ainda não tem data para acontecer. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o processo, que corre em segredo de justiça, foi desmembrado. A reportagem tenta localizar a defesa dele.