'Saí de Blumenau para não ser morto', diz padrasto sobre agressor de creche
O padrasto do homem que matou quatro crianças em uma creche em Blumenau (SC) disse ter saído da cidade após uma tentativa de assassinato, ameaças e um ataque contra a sua residência por parte do enteado.
O que aconteceu
O motorista de aplicativo de 56 anos disse que estava sendo perseguido havia dois anos. O primeiro episódio de violência ocorreu em março de 2021, quando ele foi esfaqueado pelo enteado.
O agressor nunca respondeu criminalmente pelo caso. Embora o padrasto tenha sido atingido por facadas no pescoço, abdômen e braço, a PM registrou a ocorrência como "lesão corporal leve", sem acionar a Polícia Civil.
Especialistas consultados pelo UOL dizem que a Polícia Civil deveria investigar o episódio como tentativa de homicídio. O padrasto só prestou depoimento sobre o caso na última terça-feira (11). O relato foi anexado ao inquérito, encaminhado na sexta-feira (14) à Justiça.
A Polícia Civil disse que o padrasto não foi ao IML, impossibilitando a constatação da gravidade das lesões. Informou ainda que a vítima não quis representar criminalmente contra o agressor.
Como o padrasto decidiu sair de Blumenau
O homem declarou ter recebido uma série de ameaças do enteado, sempre que o encontrava.
O último caso de violência teria ocorrido em dezembro de 2022. Na ocasião, o padrasto acusou o agressor de ter arrombado o portão da sua casa e esfaqueado o cão da família.
Ele disse ter solicitado medida protetiva contra o enteado. Como não foi atendido, decidiu sair da cidade, com medo de ser assassinado.
Quando cruzava com ele pelas ruas de Blumenau, ele me perseguia de moto e fazia ameaças, batendo no vidro do meu carro aos gritos e apontando para a pochete como se fosse sacar uma arma. Ele também ficava rondando de moto na frente da casa do meu filho. Decidi sair de Blumenau para não ser morto. Foram dois anos infernais."
Padrasto de agressor da creche de Blumenau
Como começou a perseguição
O homem conta que o desentendimento começou por causa do vício do agressor em drogas. Ao saber que ele havia se tornado dependente químico, o padrasto disse ter pedido para que ele saísse de casa.
Depois disso, teria ocorrido a tentativa de homicídio a facadas. A vítima disse que não voltou à delegacia e nem levou o caso adiante a pedido da mãe, já que o enteado tentaria se recuperar do vício. O casal se separou após o episódio.
O agressor ficou apenas seis semanas internado em uma clínica de reabilitação. Ele foi preso preventivamente pelo assassinato das crianças na creche de Blumenau.
Lembro do dia em que fui esfaqueado, mas não lembro como ele me atacou. Eu estava na cozinha, fazendo o café. Ele entrou na casa, falou 'bom dia' e depois conversou com a mãe por uns dois minutos. Quando me virei, vi a faca já no meu pescoço."
Só lembro que o sangue jorrava. Aí, corri para a rua, pedindo socorro. Depois, ele se entregou para a polícia, alegou legítima defesa e saiu pela porta da frente da delegacia."
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