Já estava com pressentimento ruim, diz pescador resgatado após naufrágio
Um dos sobreviventes do naufrágio de Santa Catarina contou ao Fantástico como foram as 48 horas em que ficou sozinho e à deriva no mar após tentar salvar outros pescadores.
O que aconteceu
Deivid Ferreira foi resgatado sozinho em uma boia longe dos outros sobreviventes. "O mar estava muito agitado. Pensei: 'Eu já estava com aquele pressentimento um pouco ruim'", relatou.
No hospital, ele relembrou quando as ondas de quase quatro metros viraram o barco. "Quando quebra a primeira onda, a segunda já vem logo atrás. Não deu nem tempo de respirar."
Ele contou que, logo após o impacto da onda, dois pescadores foram jogados ao mar. "Quando jogou eles, eu já não vi mais. Eu não estava vendo eles. Escutava só eles gritando e eu fiz questão de pular, eu pulei."
O pescador pulou para levar boias, quando ele e os dois colegas começaram a ser puxados pela correnteza. "De longe dava para ver o claro do barco e, poucos minutos depois, já não vi mais. E daí ficamos à deriva, sem saber."
Com a força e agitação do mar, as buscas foram dificultadas. "Eu perdi o Diego [Silva de Brito] primeiro. Perdi no sábado, amanhecendo para o domingo. Quando foi umas 16h, eu perdi o Alisson [da Silva Santos]." Os dois ainda não foram encontrados.
Após perder os dois colegas e ficar à deriva, ele diz ter entrado em desespero. "Eu me desesperei e comecei a nadar igual a um desnorteado, sem saber para onde ir."
Exausto, viu um helicóptero passando pelo local após ser levado a uma distância de 200 km de Florianópolis. "Dei com a mão. Eles passaram por cima de mim e eu pensei: 'Será que não viram?' Aí eu dei a segunda vez com a mão e eles vieram."
Deivid permanece internado, acompanhado pela irmã, e recebeu a equipe que o resgatou. Os médicos investigam por que ele tem tido febre. Ainda não há previsão de alta.
Naufrágio em meio a ciclone
O barco pesqueiro BP Safadi Seif naufragou na noite de sexta-feira (16), com oito tripulantes a bordo. O naufrágio aconteceu na costa de Garopaba, em Santa Catarina.
A Capitania dos Portos de SC disse que abriria inquérito para apurar naufrágio. O prazo das investigações é de 90 dias até uma conclusão sobre "possíveis causas e responsáveis".
A costa catarinense foi afetada por chuvas e ventos fortes após a passagem de um ciclone pela região. Temporais provocaram alagamentos e moradores ficaram desalojados.
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