Médica é presa no Rio por morte de cozinheira em procedimento estético

A médica colombiana Eliana Jinemez Diaz foi presa hoje no Rio de Janeiro, após ser denunciada pelo Ministério Público por homicídio com dolo eventual da cozinheira Ingrid Ramos Ferreira, 41, durante procedimento estético realizado em 15 de junho.

O que se sabe:

Eliana foi presa em seu apartamento, em um condomínio de luxo em Jacarepaguá, no início da manhã de hoje. A prisão preventiva foi decretada porque Eliana tem dupla nacionalidade e a polícia temia que ela pudesse eventualmente fugir para a Colômbia

A polícia também apreendeu celulares e um laptop na residência. Mandados de busca seriam cumpridos em dois escritórios da médica na região central do Rio de Janeiro.

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou a médica por homicídio doloso eventual, quando se assume o risco de matar, e qualificado, por incapacidade de defesa da vítima.

Ela também foi denunciada por fraude eventual, porque segundo as investigações, ela teria tentado ocultar provas do crime.

Laudos do IML comprovaram que a cozinheira morreu ao fazer um procedimento estético na clínica da médica, informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Os exames constataram que ela foi vítima de um choque cardiogênico. Durante a cirurgia, o coração dela perdeu a capacidade de bombear sangue em quantidade adequada para os órgãos.

A médica teria afirmado que não faria uma cirurgia, apenas uma correção de cicatriz, mas as investigações provaram que ela fez o procedimento.Na clínica, os investigadores encontraram materiais utilizados em cirurgias de lipoaspiração e o laudo da necropsia comprovou que Ingrid morreu após um choque causado por anestesia. O procedimento não poderia ter ocorrido porque a clínica não tinha médico anestesista.

"Essa é uma prisão muito importante. Durante as investigações, ficou comprovado que ela vinha ocultando provas. Logo que a paciente teve o choque cardiogênico e faleceu dentro do consultório, a médica, agora presa, começou a tirar de dentro do consultório diversos equipamentos que ela usou para fazer os procedimentos. Então ficou evidente para nós a necessidade dessa prisão
Delegado Angelo Lages, titular do 16° DP, em entrevista à TV Globo

O UOL não conseguiu localizar a defesa da médica Eliana Jimenez Diaz, mas o espaço permanece aberto para futuras manifestações.