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Caso Mackenzie: Após suposto desvio, jogos cortam atletismo e truco

InterFAU será realizado, mas com menos recursos do que anos anteriores, diz organização Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

01/08/2023 04h00Atualizada em 01/08/2023 15h01

A organização do InterFAU (competição esportiva universitária que envolve faculdades paulistas de arquitetura e urbanismo) decidiu deixar de fora quatro modalidades da edição deste ano, a ser realizada o mês que vem. A decisão foi tomada após o suposto desvio de dinheiro de R$ 62 mil da atlética do Mackenzie e de outras ligadas ao evento.

O que aconteceu

As provas de atletismo, truco, just dance e baterias ficarão de fora da competição, segundo a advogada da atlética do Mackenzie, Simone Haidamus. A nova gestão do InterFAU diz ter se deparado em setembro passado com um "caixa excessivamente baixo" — o que levou à suspeita de desvio de dinheiro.

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Para os jogos de 2022, haviam sido arrecados R$ 120 mil —o desvio teria ocorrido desta quantia. Para os deste ano, foram R$ 60 mil. "O evento será mais simples, contudo, não menos especial e divertido", diz nota da organização publicada nas redes sociais.

A maior parte dos dinheiro desviado, cerca de R$ 58 mil seriam do InterFAU, o restante, quase R$ 4 mil, da atlética do Mackenzie.

A defesa da ex-aluna Bella Beatriz Bassi Chede Domingos, que era tesoureira da competição, nega que ela tenha usado o dinheiro, que era deposita numa conta no nome dela. Segundo a defesa, a ex-estudante não devolveu o que está no banco porque a atual gestão da atlética não concorda com o valor — que ela não informou à reportagem.

Procurado, o Mackenzie diz não ter responsabilidade sobre os jogos universitários e afirma que as atléticas têm CNPJ próprios.

A reportagem apurou que Bella trancou o curso de arquitetura no final do ano passado —ela estava no último semestre. O Mackenzie disse ao UOL apenas que ela ainda não concluiu o curso e que não fez a matrícula para o próximo semestre.

Relembre o caso

A descoberta do desvio ocorreu, segundo o InterFAU, há dez meses, quando a nova gestão assumiu. Os novos integrantes afirmaram que encontraram zerado o caixa — que era abastecido com dinheiro arrecadado em festas e vendas de itens, como roupas e canecas do InterFAU.

"[À época] ela confessou que havia usado o dinheiro e que iria devolver, o que não ocorreu até o momento", afirma a advogada da equipe. Nos meses seguintes, a atlética diz ter realizado diversas reuniões com a ex-aluna para receber o valor.

Em novembro, os estudantes descobriram que a jovem foi para Disney. A defesa dela afirma ter se tratado de uma viagem a trabalho e que a ex-aluna foi selecionada em um programa de intercâmbio.

O último contato entre a atlética e Bella aconteceu em março. O pai dela propôs que fosse assinado um recebido antes do pagamento da dívida. Os estudantes, no entanto, queriam que o depósito fosse feito antes da assinatura.

O caso chegou à polícia no último dia 24. A atlética pediu a abertura de um inquérito no 4º Distrito Policia, na Consolação, região central de São Paulo, onde se localiza a universidade.

Polícia vai ouvir envolvidos

A presidente da atlética do Mackenzie será ouvida amanhã, segundo a advogada Simone. A reportagem procurou a SSP para confirmar a informação, mas a pasta se limitou a dizer que um inquérito foi aberto para investigar o caso.

É esperado que os demais integrantes do InterFAU e a ex-aluna sejam ouvidos nos próximos dias.

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