Cliente matou advogado após ser traído quando estava na cadeia, diz polícia
Do UOL, em São Paulo*
14/08/2023 08h50Atualizada em 14/08/2023 08h50
A morte de Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, assessor jurídico da Prefeitura de Alexânia, em Goiás, teria ocorrido como vingança de um cliente, que teria sido traído pela esposa com o advogado, quando estava encarcerado, segundo a investigação policial do caso.
A suposta traição
De acordo com a Agência Estado, Charlesman era advogado de um dos suspeitos, identificado como Gilberto Gomes de Oliveira. Segundo a investigação policial, quando Oliveira estava preso, acusado de tráfico de drogas, seu defensor teria tido um caso com a mulher dele.
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Ao tomar conhecimento do fato, o cliente decidiu matar o advogado.
Segundo a Polícia Civil, a mulher de Oliveira contou que seu marido teria descoberto o envolvimento dela com o advogado quando ele estava preso, em 2019, acusado de tráfico de drogas.
Oliveira foi solto por esse caso e ainda responde a processo. O UOL tenta contato com sua defesa.
O assassinato
Silvano era primo de Allysson Silva Lima, prefeito da cidade, que fica próxima à capital Goiânia e, conforme a Polícia Civil, teria sido atraído para uma emboscada por um cliente.
Durante as buscas pelos suspeitos, três pessoas foram baleadas pela polícia e uma delas morreu. O suposto mandante foi preso.
Mensagens encontradas no celular da vítima mostraram que Oliveira marcou um encontro com Silvano no local em que ele foi morto, no Setor Clube Nova Flórida. Quando o advogado chegou em seu carro, houve uma discussão e o suspeito atirou ao menos sete vezes contra ele.
O homem foi visto fugindo em uma moto vermelha. Após ver as mensagens no celular, a polícia foi atrás de Oliveira, que havia se escondido na casa de sua mãe. O suspeito resistiu e foi atingido por um tiro na perna.
Na casa, a polícia apreendeu a jaqueta e a moto usada pelo atirador. Oliveira disse que a arma estava com um amigo. Nesse local, a polícia foi recebida a tiros e reagiu. Três pessoas foram baleadas e uma delas morreu. As outras duas foram internadas, uma em estado grave.
A mulher relatou que seu marido usou cocaína durante a noite. Na casa onde ele estava, os policiais encontraram uma substância semelhante à droga que passará por análise.
OAB se pronuncia
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acionou as autoridades e disse esperar a punição dos culpados. "É inaceitável que, um dia após o 11 de agosto, data em que se comemora a essencialidade da advocacia para o sistema social e de justiça, mais um colega tenha sido vítima de um crime bárbaro e carregado de extrema violência", disse, em nota.
A OAB de Goiás e a de Alexânia também se manifestaram, repudiando a violência e se solidarizando com a família da vítima. Até a tarde deste domingo, 13, segundo a Polícia Civil, o suspeito do assassinato não tinha constituído outro advogado para sua defesa.
*Com informações de Estadão Conteúdo