Médica foi morta com 2 facas e mala usada no crime rasgou, diz delegado
Do UOL, em São Paulo
19/08/2023 21h27Atualizada em 20/08/2023 13h23
A médica Thallita da Cruz Fernandes, 28, teria sido morta em São José do Rio Preto (SP) com duas facas e a mala usada para ocultar o cadáver rasgou, o que teria impedido a o autor de levar o corpo para outro local, segundo o delegado Alceu Lima de Oliveira.
O que aconteceu:
O delegado afirmou que "com certeza" a vítima foi morta na sexta-feira (18) e o crime teria ocorrido pouco tempo antes de a Polícia Militar entrar no apartamento, após pedido da amiga da médica. A declaração foi concedida à TV Bandeirantes.
O namorado de Thallita, Davi Izaque Martins Silva, preso temporariamente hoje, foi o único que esteve no apartamento da vítima e foi gravado saindo do local por volta das 16h13 de sexta-feira (18). Ele não possui passagem pela polícia e tem apenas um registro de boletim de ocorrência por desaparecimento há dez anos.
Os vizinhos teriam ouvido uma discussão entre Thallita e o namorado de 26 anos na madrugada de ontem. O casal não brigava frequentemente, segundo os vizinhos, e não havia registros de violência e agressão entre ambos.
O criminoso teria usado duas facas (uma pequena, com resquícios de sangue e outra de "tamanho médio para grande", que estava danificada) para matar a vítima. Ambos os itens foram encontrados no local do crime e o de maior tamanho foi lavado após o homicídio, porém, a perícia confirmou que ela também foi usada para matar a médica. Ainda não saíram os laudos periciais de digitais encontradas nos itens.
Thallita tinha lesões que indicam que ela tentou se defender antes de ser morta, de acordo com o delegado.
A gente acredita que a intenção dele [do criminoso] era essa [descartar o corpo] e a mala acabou rasgando e, por isso, talvez, ele tenha desistido [de levar o cadáver para outro lugar e ocultá-lo].
Alceu Lima de Oliveira, delegado
Homem confessou o crime, diz PM
O suspeito de cometer o crime foi preso na residência da mãe dele, em São José do Rio Preto, segundo o tenente da PM Fernando (que não teve o sobrenome divulgado), em entrevista à TV Bandeirantes.
O homem teria afirmado aos policiais que não usou entorpecentes, nem consumido bebidas alcoólicas antes do crime.
Davi está com uma escoriação próximo da testa, que teria sido causada em razão do "entrevero ocorrido na data de ontem", disse o tenente. A reportagem não encontrou a defesa de Davi para pedir um posicionamento. O espaço fica aberto para manifestação.
Ele [David] não esboçou reação no momento da abordagem e até se prontificou para a falar para nós como foi o ocorrido. Ele nos mencionou que não lembra de muita coisa, não se recorda de muitos dos momentos. Se lembra que estava com ela [Thallita] no apartamento que ambos moravam, mas não se recorda de alguns detalhes, alguns momentos, mas acabou confessando que, sim, teria brigado, discutido com a sua namorada, porém os detalhes do que realmente ocorreu ele disse que não se recorda.
Tenente da Polícia Militar
O que se sabe sobre o crime:
Davi Izaque Martins Silva, 26, é o principal suspeito de matar a médica e foi preso hoje após ser encontrado por policiais do Baep (Batalhão de Ações Especiais) da Polícia Militar no bairro da Vila Elmaz, em São José do Rio Preto.
O corpo de Thallita foi descoberto ontem por uma amiga que foi até o imóvel em que a médica morava verificar a razão pela qual, desde o dia anterior, a vítima não respondia às mensagens da mãe, que vive em Guaratinguetá, na região do Vale do Paraíba.
A médica dizia que não podia falar porque o dia de trabalho estava muito corrido, mas a amiga afirma que Thallita estaria de folga na sexta-feira e, ao insistir nas perguntas, a médica teria parado de responder.
A amiga da vítima teria também questionou o namorado de Thallita por mensagens de WhatsApp sobre o paradeiro da médica. O rapaz teria dito que, após a briga deles na noite anterior, a médica teria deixado o apartamento sem dizer para onde iria e ele também teria deixado o imóvel.
A amiga chamou a Polícia Militar assim que foi informada pelo porteiro que Thallita não tinha saído. Ao entrar no apartamento, os militares encontraram a vítima morta, com o corpo nu, dentro de uma mala. Ela tinha diversos cortes no rosto e o banheiro estava ensanguentado.
Vizinhos relataram ter ouvido uma briga entre o casal na noite anterior, mas que o barulho teria acabado em pouco tempo.
Thallita se mudou para São José Rio Preto para cursar a faculdade de medicina na Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto). Ela se formou em 2021 e atualmente dava plantões no posto de saúde em Bady Bassitt, cidade vizinha.