Vídeo mostra o momento em que PM atira na cabeça de motorista em BH
Mariana Zancanelli
Do UOL, em São Paulo
10/11/2023 19h48Atualizada em 21/11/2023 14h51
Um novo vídeo mostra um cabo da Polícia Militar atirando na cabeça de um motorista de aplicativo dentro de uma base da Guarda Municipal na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A vítima passou por cirurgia e perdeu um dos olhos.
O que aconteceu?
Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, foi baleado na cabeça após fugir de uma briga no trânsito em 30 de setembro. Ele entrou na base da Guarda Municipal em busca de abrigo, mas foi perseguido e baleado pelo cabo Aldir Gonçalves Ramos da Polícia Militar, de 40 anos.
O episódio começou na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na região da Pampulha. Bruno tentou fugir do PM correndo em direção a uma Unidade de Segurança Preventiva da Guarda Municipal, mas foi seguido.
O cabo, ao chegar na unidade, se identificou como policial militar à paisana do Batalhão de Choque e alegou estar perseguindo o homem por tentativa de roubo, segundo informações da Prefeitura de Belo Horizonte.
Aldir, de camiseta branca, entra com arma em punho e dá coronhadas no motorista de aplicativo. A pistola é disparada e o tiro acerta o olho de Bruno, que cai desacordado.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) levou o homem para o Pronto-Socorro do Hospital João XXIII, de acordo com a Prefeitura de BH.
Bruno passou por uma cirurgia na cabeça e perdeu um dos olhos. Em publicação nas redes sociais, ele conta que é pai de três filhos e pede ajuda para arcar com os custos do tratamento. A vaquinha divulgada na internet já arrecadou 15 mil reais, a meta é de 20 mil reais.
O que dizem as autoridades
O inquérito foi concluído e remetido à Justiça, com indiciamento por lesão corporal de natureza grave, diz a Polícia Civil, responsável pela investigação do ocorrido.
O cabo está preso e à disposição da Justiça, segundo a Polícia Militar. A Corregedoria da corporação também acompanha o caso.
Um procedimento disciplinar para apurar a conduta dos agentes que estavam de serviço naquela Unidade de Segurança Preventiva foi instaurado pela Corregedoria da Guarda Municipal de BH.
"Entendemos que Guarda Municipal tem responsabilidade no tange a segurança do Bruno dentro da base e crime de prevaricação pois o guarda municipal mentiu em seu depoimento já estamos tomando as medidas cabíveis na esfera cível", disse Bruna Vitebro, advogada de Bruno Adão, ao UOL.
Bruno receia ser atacado por militares depois da repercussão do vídeo, segundo a advogada.
O UOL tenta contato com a defesa do PM Aldir Gonçalves Ramos e com os agentes da Guarda Municipal que estavam presentes no momento do disparo. O espaço segue aberto para manifestação.