PM quebra braço de aluno com autismo em surto dentro de escola, no DF
Um professor temporário, que também é policial militar, quebrou o braço de um aluno com autismo nível 3 que estava em surto dentro de sua escola, em Guará (DF). O caso foi revelado pelo Metrópoles e confirmado pelo UOL.
O que aconteceu:
Renato Caldas Paranã, policial militar e professor temporário de uma escola especial em Guará, quebrou o braço de um aluno que tem autismo e estava em surto. O aluno, Fábio, tem 15 anos e não se comunica verbalmente.
O jovem estava agitado em uma transição entre aulas e teve um surto. Paranã foi então contê-lo, mas quebrou o braço do rapaz, enquanto a vice-diretora da escola o pedia para parar, segundo relatos.
Segundo Edilson Barbosa, presidente do MOAB (Movimento do Orgulho Autista), em surtos como o de Fábio, os jovens podem se machucar ou machucar outras pessoas. O UOL entrou em contato com a diretoria do colégio para saber mais sobre a crise, mas ainda não recebeu retorno.
Fábio foi socorrido levado ao Hospital de Base do DF, onde passou por uma cirurgia para colocar seis placas de titânio no braço. Segundo os Bombeiros, estava "consciente e bastante agitado" quando foi atendido. Ele já recebeu alta e está bem.
Ao UOL, a Polícia Civil afirmou que registrou o caso como lesão corporal praticado contra adolescente, e que o caso está sendo investigado na 4ª Delegacia de Polícia.
"Apagão" de profissionais
Edilson Barbosa atribui a crise a problemas de formação das pessoas que atuam na escola, e diz que há um "apagão de profissionais". Barbosa acredita que a Secretaria da Educação do Estado tem que agir para realmente preparar as pessoas que vão atuar nas instituições ensino, principalmente as voltadas para alunos com deficiência.
Em nota, a Secretaria da Educação do DF afirmou que "o professor foi imediatamente afastado e o caso já está sendo apurado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da SEEDF, que tomará todas as medidas cabíveis, conforme determina a Lei Complementar nº 840/2011". E complementa que "repudia qualquer ato de violência e prestará todo auxílio necessário ao estudante".
O UOL entrou em contato também com a Polícia Militar do DF, mas não recebeu retorno. Este espaço segue aberto para manifestação.