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Mina da Braskem em Maceió se movimentou mais de 1 metro em 48 horas

Região do bairro do Mutange onde a mina 18 está em processo acelerado de colapsar, em Maceió Imagem: Guido Jr/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 29.nov.2023

Bruno Fernandes

Colaboração para o UOL, em Maceió

01/12/2023 07h55

A mina de sal-gema da Braskem, prevista para colapsar a qualquer momento ainda hoje no bairro do Mutange, em Maceió, vinha se movimentado aproximadamente 50 cm por dia, mas esse deslocamento se intensificou.

O que aconteceu

O coordenador da Defesa Civil Estadual declarou que a mina 18, a prevista para colapsar, afundou 1 metro e 6 centímetros do solo nas últimas 48 horas. "Ainda não aconteceu como foi previsto, mas podemos confirmar por enquanto a mina continua se movimentando de forma rápida e é só questão de tempo", disse o tenente-coronel Moisés Melo ao UOL.

Por volta das 6h32, dados da Defesa Civil Municipal revelaram que o raio da mina atingiu nas primeiras horas da manhã de hoje 32 metros no subterrâneo. A mina tem um volume de 500 mil m³ e cerca de 50 metros de profundidade.

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As autoridades entraram em alerta ainda durante a noite de ontem por causa do aumento da velocidade de afundamento do solo, atingindo uma taxa de 53 cm por dia, indicando um estado crítico.

Ainda segundo o coronel, o potencial abalo sísmico, embora projetado de escala baixa, poderá ser perceptível em diversos bairros da cidade. Apesar disso, não haverá consequências além da área já isolada que abrange os bairros do Bom Parto, Bebedouro e Mutange, segundo ele.

A navegação da lagoa Mundaú está proibida. Com 60% da área da mina submersa na lagoa, surgiram preocupações infundadas sobre a possibilidade de um pequeno tsunami. O coronel esclareceu que não existe essa possibilidade.

A população não precisa se preocupar. Mesmo com o colapso iminente, não existe essa possibilidade de tsunami na região devido à lagoa. As consequências serão restritas à região já isolada
Tenente-coronel Moisés Pereira de Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas

Como são as minas da Braskem

O sistema usado pela Braskem para explorar a mina é feito por um poço cavado, que injeta água para a camada de sal, gerando assim a salmoura. A solução então vai ser retirada dessas minas para a superfície — depois, elas são preenchidas com material líquido para dar estabilidade no solo. Em Maceió, esse processou durou de 1979 a 2019.

Entretanto, parte dessas minas teve vazamento do líquido ao longo desses mais de 40 anos de exploração — o que causou instabilidade no solo, gerando buracos como essa cavidade da mina 18. Ao todo são 35 minas na área urbana, que estão sendo preenchidas novamente.

Esse processo levou ao afundamento de solo em cinco bairros e ao deslocamento de quase 60 mil pessoas ao longo dos últimos cinco anos.

Ontem área de risco foi ampliada por determinação judicial, incluindo 1.700 lotes que agora exigem a retirada dos moradores. Cada lote abriga, no mínimo, uma residência.

A Braskem informou que "acompanha de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal."

Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros Imagem: Divulgação/Defesa Civil de Maceio

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