Maceió: solo já afundou 1,61 metro em área de mina; velocidade reduz
Do UOL*, em São Paulo
02/12/2023 19h35Atualizada em 03/12/2023 08h26
O solo já cedeu 1,61 metro na região onde está localizada a mina da Braskem em risco de colapso, em Maceió. No sábado (2), a velocidade de afundamento diminuiu, de acordo com o prefeito João Henrique Caldas (PL).
O que se sabe
Nas últimas 24 horas — até sábado —, o solo afundou 11,8 cm, segundo o último boletim da Defesa Civil de Maceió. Desde 28 de novembro, o solo cedeu 1,61 metro na área localizada acima da mina 18, que está em risco de colapso.
A situação é de "alerta máximo devido ao risco iminente de colapso", diz a Defesa Civil da capital alagoana.
No sábado, a velocidade de afundamento do solo era de 0,7 cm por hora, segundo a Defesa Civil da capital alagoana. É uma redução em relação ao valor informado ontem (1º), de 1 cm por hora. No momento mais crítico, a velocidade chegou a 5 cm por hora, de acordo com o prefeito — o UOL apurou que essa velocidade foi registrada por poucos segundos.
A medição da movimentação do solo é feita em tempo real.
Hoje, um dos 12 aparelhos que monitoram a região segue em alerta máximo — antes, eram seis.
Os tremores de terra também reduziram "consideravelmente", ainda de acordo com o prefeito da capital alagoana.
Temos uma tendência de diminuição de afundamento naquela região. (...) Não podemos afirmar que vai estabilizar, mas esse é um caminho para a estabilização. Estamos vencendo um dia de cada vez.
JHC, prefeito de Maceió
Risco de colapso
Mina da Braskem em Maceió segue em risco de colapso. O abalo foi causado pelo deslocamento do subsolo pela extração de sal-gema, um cloreto de sódio que é utilizado para produzir soda cáustica e PVC (policloreto de vinila).A região do entorno, próxima ao antigo campo do CSA, foi desocupada. A recomendação é de que a população não transite na área.
Capital alagoana decretou estado de emergência. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a prefeitura de Maceió tome um empréstimo de US$ 40 milhões junto ao Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata). Os recursos ajudarão o município a responder ao maior desastre ambiental do Brasil já registrado em área urbana.
Reportagem do UOL falou sobre as consequência do colapso. Uma delas é o vazamento de salmoura na lagoa Mundaú, que fica na região. Os resultados negativos desse impacto, segundo especialistas, só serão dimensionados meses após o colapso da mina. A morte de animais está entre as possíveis consequências também.
(*Com Estadão Conteúdo)