Cremesp pede anulação de prova para residência médica da Santa Casa de SP

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) pediu a anulação de todas as provas de residência médica da Santa Casa de Misericórdia do estado após candidatos acusarem possíveis fraudes na aplicação do exame.

O que aconteceu

Em nota, o conselho pediu a anulação e sugeriu que no novo exame tenha "observadores externos de outras instituições para acompanhamento do concurso". A instituição havia cancelado a prova e anunciado uma reaplicação, ainda sem data marcada, somente para oito áreas.

O Cremesp disse que entrou em contato com representantes da Santa Casa no sábado (9), logo após as acusações, para pedir esclarecimentos.

Na segunda-feira (11), ocorreu uma reunião do conselho com os representantes da faculdade e o Cremesp disse ter exigido "que atitudes fossem tomadas a fim de minimizar os prejuízos dos candidatos em relação ao ocorrido".

O conselho afirmou continuar acompanhando o caso.

Entenda o caso

A Coreme (Comissão de Residência Médica) da Santa Casa disse ter constatado erros de aplicação em uma sala e erros de impressão em um tipo de prova na seleção das especialidades. O exame foi aplicado no sábado (9) e candidatos apontaram ao UOL que um dos envelopes chegou violado e com 20 provas a menos do que o esperado.

Oito áreas terão o cancelamento das provas e reaplicação do exame: Pediatria (acesso direto); Endocrinologia e Metabologia; Gastroenterologia; Geriatria; Hematologia e Hemoterapia; Oncologia Clínica; Pneumologia; e Reumatologia.

Ainda não há data para a reaplicação das provas de residência médica. Os outros cursos "seguirão com o cronograma já estabelecido" em edital.

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A instituição disse lamentar o episódio, afirmando que iniciou "imediatamente as apurações em relação aos problemas apontados" e esclareceu que todas as providências estão sendo tomadas em conjunto com o Instituto Mais de Gestão e Desenvolvimento Social, que é a empresa contratada para aplicação da prova, para não ocorrer prejuízos aos candidatos.

O concurso oferecia 191 vagas para 21 áreas diferentes na prova de "acesso direto" — para médicos recém-formados. E outras 60 vagas para 29 especialidades, na modalidade "pré-requisito" — para médicos que já fizeram alguma residência antes.

Polícia investiga o caso

Ao UOL, a Polícia Civil informou que a denúncia de fraude está sendo investigada. Três candidatos informaram às autoridades que, na sala onde aplicaram o exame, as provas foram "distribuídas em um pacote já aberto e que faltavam cerca de 20 exemplares".

Os responsáveis pela aplicação disseram aos candidatos que o pacote foi aberto em outra sala, de forma equivocada, mas que os cadernos eram iguais. Os candidatos não aceitaram a explicação, que não segue o edital da prova, e acionaram a polícia.

O caso foi registrado como fraude em concurso de interesse público no 8º DP (Brás), sendo o responsável pela área dos fatos o 12º DP (Pari).

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