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Análise: CACs foram via de escape para Bolsonaro ampliar acesso às armas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/12/2023 13h00

A ampliação desmedida do acesso às armas no Brasil durante o governo Bolsonaro multiplica situações como a da morte da policial civil e de dois homens em um tiroteio no sábado (16), em São Paulo, disse o professor de direito da FGV Wallace Corbo no UOL News desta terça (19).

Uma coisa que fica muito clara é que, independentemente de que como a polícia chegou, esse caso acaba revelando que a ampliação desmedida do acesso às armas no Brasil multiplica as chances de situações como essa surgirem, seja em confrontos imaginados com a polícia, uma falsa legítima defesa, seja em outros tipos de conflitos entre pessoas que resolvem se defender ou acertar contas com o uso de armas.

Essas pessoas não teriam morrido se este homem não tivesse acesso a uma arma e tentasse usar essa arma para se defender do que ele imaginava ser uma ameaça.

O problema no fim do dia, para além da pessoalidade desse homem, certamente é essa ampliação desmedida que aconteceu nos últimos cinco anos com o governo Bolsonaro do acesso às armas no Brasil.

O que aconteceu

Policiais foram atacados a tiros durante investigação no bairro do Jardim América. No tiroteio, morreram a investigadora do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, o proprietário de uma casa e um vigilante que trabalhava na residência.

A investigadora e um colega haviam sido acionados para apurar um furto ocorrido em uma casa da região no dia anterior. A policial tocou a campainha do imóvel vizinho para pedir ao proprietário imagens das câmeras de segurança, segundo informações da SSP.

Um outro vizinho acreditou que os policiais seriam, na verdade, os criminosos. Ele avisou o proprietário que, junto a um funcionário —que seria CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador)— disparou contra os policiais. "O colega dela reagiu e acertou o atirador. Um funcionário, de 49 anos, pegou a arma do chão para atirar nos policiais e também foi baleado", afirma nota da SSP.

Empresário acumulava passagens na polícia

Rogério Saladino, 56, tinha passagens por homicídio, lesão corporal e crime ambiental, segundo a SSP. O caso foi registrado como homicídio e morte decorrente de intervenção policial na Divisão de Homicídios do DHPP, que investigará o caso.

A policial e o empresário foram levados a um hospital, mas não resistiram. O funcionário de Saladino morreu no local.

As quatro armas envolvidas na ocorrência foram apreendidas. Duas eram dos dois policiais civis e duas do empresário. Na casa, os policiais também encontraram porções de drogas, informou a secretaria.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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