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Marinha abre inquérito após denúncia de racismo contra recruta em BH

Capitania Fluvial de Minas Gerais, Marinha do Brasil Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

15/02/2024 16h19Atualizada em 15/02/2024 16h25

A Marinha abriu um inquérito para investigar a denúncia de um recruta da Capitania Fluvial de Minas Gerais, em Belo Horizonte, que afirma ter sido vítima de racismo por colegas de farda.

O que aconteceu

O recruta, de 19 anos, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (15). A informação foi passada ao UOL pelo advogado dele, Gilberto Silva.

A Polícia Civil de Minas Gerais esclareceu que o caso foi repassado para a Marinha. "Por se tratar, em tese, de crime militar, as investigações ficarão a cargo da Corregedoria da Corporação, cujo órgão é competente para apurar os fatos conforme previsão legal", diz a PCMG.

Gilberto disse que o depoimento do recruta, que prefere não se identificar, durou cerca de 3h40min. As provas apresentadas se concentram principalmente em prints, áudios e vídeos do grupo de WhatsApp em que ele teria sido alvo das ofensas.

"Ele está bem abalado ainda, chorando muito", afirmou o advogado. Segundo Gilberto, o recruta "tem crises de ansiedade e choro".

O recruta segue com as atividades na Capitania Fluvial de Minas Gerais, de acordo com o advogado.

Relembre o caso

Os ataques começaram em novembro do ano passado. O recruta foi transferido da unidade no bairro Belvedere para outra unidade na avenida Raja Gabaglia. "Quando foi transferido, perguntou para o superior o que faria na nova unidade. O superior respondeu: 'ser escravo'", disse ao UOL o advogado Gilberto Silva.

Logo as ofensas também foram disseminadas entre os colegas em um grupo de WhatsApp. "Nesse grupo, ele é xingado de macaco, preto, macumbeiro, primata. Falam que é para ele receber banana, chibatada", afirma o advogado, que também é presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-MG, Subseção Lagoa Santa.

À época, a Marinha lamentou o episódio e disse que seriam realizados os procedimentos para apurar o caso. "A MB [Marinha do Brasil] lamenta o ocorrido e reafirma o seu compromisso com a ética e com o respeito à dignidade da pessoa humana e reitera seu firme posicionamento contra condutas que afetam a honra e o pundonor militar".

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