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Caso Miguel: Mãe diz que levou corpo de filho morto até rio: 'Sou monstro'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/04/2024 10h41

Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe de Miguel dos Santos Rodrigues, morto em julho de 2021, chorou ao contar detalhes sobre o dia em que viu o filho de sete anos morto, durante julgamento realizado nesta quinta-feira (4). A jovem de 26 anos e a então companheira são suspeitas de matar e jogar o corpo do menino no rio, em Imbé (RS).

O que aconteceu

Mãe lamenta morte de criança. Aos prantos, a ré admitiu ter sido "monstro" e que errou muito como mãe, mas que jamais imaginou que a companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa, pudesse matar o seu filho.

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A jovem também afirmou, em seu depoimento, ter ajudado a ex-companheira a levar o corpo do menino já morto até o rio. Yasmin só respondeu a perguntas feitas pela defesa.

Eu sou um monstro. Na verdade, eu sou muito monstro. Porque, se eu estou aqui hoje, é porque eu errei pra caramba. Se eu tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque eu fui péssima como mãe, como ser humano. Mas eu jamais imaginei que a Bruna pudesse fazer isso. Eu não queria. Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, em julgamento no TJ-RS (Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul)

"Eu vi o Miguel deitado no chão. Ele estava todo gelado, todo roxo. Eu voltei para ela e perguntei o que tinha acontecido. E ela simplesmente falou que ele estava morto. Então, eu peguei ele no colo. Ele não estava vestido adequado, estava frio. Eu vesti um casaco bem quentinho, botei uma calça quente. Ela levantou e veio com a mala e falou que a gente tinha que fazer alguma coisa... Ele estava quentinho. Ele estava um agasalhado. Aí eu peguei e botei. Eu botei ele lá. Eu botei ele e levei até o rio", concluiu.

As duas seguem presas. Yasmin e Bruna foram denunciadas pelo MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) por tortura, homicídio e ocultação de cadáver. O casal confessou que matou a criança e depois jogou o corpo no rio Tramandaí.

Ex-casal promoveu dias de tortura. Segundo o promotor de Justiça do caso, André Tarouco, após dias de tortura, intenso sofrimento mental e emocional e várias agressões contra a criança, no dia 29 o "casal rompeu as articulações dos membros inferiores e superiores do corpo da vítima e a colocaram em uma posição semelhante à fetal, dentro de uma mala de viagem". Elas caminharam até o rio, onde jogaram o corpo do menino.

Polícia Civil conseguiu localizar imagens. Na gravação, as câmeras de segurança mostram a mãe do menino Miguel e a companheira andando pelas ruas de Imbé com uma mala onde, segundo as autoridades, está o corpo do garoto. A mãe da criança é quem carrega a mala.

Defesa contesta imparcialidade de depoimento. A advogada Thaís Constantin, que faz a defesa de Yasmin, disse que o sorteio dos jurados ocorreu dentro das regularidades, mas reclamou de um dos depoimentos.

A defesa de Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues informa que o sorteio dos jurados ocorreu dentro das regularidades, de acordo com o esperado. A defesa também ressalta que o primeiro depoimento da autoridade policial foi emotivo, permeado por percepções pessoais e que extrapolou o viés técnico. Isso afasta a imparcialidade, que é a base de uma investigação. A defesa acredita que todo caso deve receber a mesma atenção e na fala do delegado, mais de uma vez, ficou claro que os esforços para fazer uma investigação de alto padrão foi um mérito deste caso somente. Advogada Thaís Constantin, que faz a defesa de Yasmin, em nota enviada ao UOL

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