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Fera da Penha: assassinato de menina de 4 anos em matadouro chocou o país

Neyde Maria Maia Lopes, conhecida como a Fera da Penha Imagem: Reprodução/Redes sociais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/04/2024 04h00

Neyde Maria Maia Lopes, conhecida como a Fera da Penha, chocou o país ao sequestrar, matar e queimar o corpo da filha do amante, de apenas 4 anos, no dia 30 de junho de 1960. O assassinato brutal é lembrado até os dias de hoje.

O que aconteceu

A história de amor e ódio começou na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, quando Neyde, de 22 anos, conheceu o motorista Antônio Couto Araújo. Os dois trocaram olhares, se encontraram mais vezes e, depois de algum tempo, finalmente decidiram engatar um relacionamento secreto. A jovem ficou grávida, mas ele pediu para ela fazer o aborto (e assim fez).

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Um homem nunca identificado teria alertado Neyde sobre o fato de Antônio ser casado e pai de duas filhas, uma delas, a pequena Maria Tânia (ou Taninha, como era chamada), de quatro anos. A jovem passou a investigar a vida do namorado e constatou a veracidade da história, segundo relatos da imprensa, na época.

A jovem deu o ultimato a Antônio: ou ele terminaria o casamento, ou ela mataria a família dele. O motorista decidiu terminar o namoro de três meses, mas não deu muita importância para aquela ameaça.

Não conformada, Neyde começou então a arquitetar o crime: se tornou a amiga da mãe e raptou a criança. No dia do assassinato, ela ligou para a escola e, se passando por Nilza, mãe da menina, disse que não poderia buscar a filha e que mandaria uma vizinha pegá-la. No colégio, ela usou o nome de Odete e levou a criança.

Seguiu com a pequena Taninha para um matadouro, localizado no bairro da Penha, no Rio. Deu um tiro na nuca da criança e pôs fogo no corpo. O crime gerou comoção nacional.

Neyde foi capturada pela polícia e interrogada durante mais de 12 horas. Na ocasião, ela negou todas as acusações, mas admitiu os detalhes do assassinato em um depoimento dado ao radialista Saulo Gomes, conforme a TV Globo. A partir daí, ela ganhou o apelido de "Fera da Penha".

Só não matei a família porque eu não tive tempo...
Neyde, a Fera da Penha, na época do crime

Foi levada a julgamento e condenada a 33 anos de prisão. Cumpriu 15 anos e, depois disso, ganhou a liberdade.

Estava conversando com umas amigas e comecei a chorar. São coisas que marcam muito. Mesmo que você queira esquecer, as pessoas não deixam. A humanidade é muito cruel (...) Ela [Fera da Penha] não cumpriu a pena dela.
Nilza

Taninha (à esq.) e Neyde, a Fera da Penha, (à dir.) Imagem: Reprodução/TV Record

Antônio e Nilza permaneceram casados

Em 2011, a Fera da Penha chegou a morar num apartamento modesto no subúrbio do Rio, a menos de dois quilômetros de distância de Antônio Couto Araújo e Nilza Coelho Araújo.

Segundo o Extra, mesmo depois da morte da filha, e a descoberta da traição, Antônio e Nilza permaneceram casados. Além de Solange, que já era nascida na época do assassinato de Taninha, o casal teve outros três filhos. Até 2011 eram seis netos e dois bisnetos.

Deus me levou uma, mas me deu mais três
Nilza, em depoimento ao Extra, em 2011

No local do matadouro foi construída uma praça, conforme relatou o jornal "O Globo". Já no túmulo, onde é direcionado a memória de Taninha, fotos e flores são deixados por pessoas, mesmo após décadas do crime brutal.

Neyde, a Fera da Penha, teria morrido no ano passado e sepultada no cemitério do Caju, zona norte do Rio. A morte, no entanto, nunca foi confirmada oficialmente por amigos ou familiares.

Neyde, a Fera da Penha, ao ser entrevistada por jornalista na delegacia Imagem: Reprodução/TV Record

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