Força Nacional e 9 estados enviam agentes, aviões e cães para apoiar o RS
Integrantes da Força Nacional e das Defesas Civis de Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo estão apoiando o resgate das vítimas das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias, de acordo com o Governo do Estado gaúcho.
O que aconteceu
Força Nacional enviou cem agentes. Segundo informações do Ministério da Justiça, 25 caminhonetes, três botes de resgate, dois ônibus e um caminhão foram encaminhados para dar suporte às ações no Sul do país.
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Mais de 200 militares de outros nove estados atuam no Rio Grande do Sul no momento. Juntas, as unidades da federação encaminharam mais de 40 viaturas e cerca de 30 embarcações, de acordo o governo gaúcho.
Vinte e dois helicópteros participam das operações de busca e salvamento. O dado foi divulgado na sexta (3) pelo governador Eduardo Leite (PSDB) em entrevista coletiva. Segundo ele, o Uruguai deve mandar um avião para ajudar nos resgates.
Mais de 2.000 policiais e bombeiros gaúchos participam da operação. A maioria é cedida pela Polícia Militar do estado. O Governo do Estado emprega quase 840 viaturas, 64 embarcações e quatro aeronaves — entre elas, um helicóptero — nos esforços de busca e salvamento.
Exército, Marinha e Aeronáutica mobilizam mais de 1.100 militares para os resgates. O governo gaúcho afirma que 17 aeronaves, 84 embarcações e 385 viaturas das Forças Armadas apoiam os trabalhos no estado.
Um hospital de campanha do Exército com 40 leitos será montado em Lajeado (RS) nos próximos dias. A estrutura está sendo transportada por um avião KC-390 da FAB (Força Aérea Brasileira) para o município, que se encontra isolado e sem energia.
Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal também apoiam esforços. Mais de cem agentes dos dois órgãos participam das operações. Uma aeronave foi cedida pela PRF e outras duas da instituição estão a caminho. Além disso, também foi enviado um helicóptero da PF.
SP manda mais dois helicópteros
Aeronaves devem partir de São Paulo às 9h deste sábado (3). De acordo com a Defesa Civil paulista, outros dois helicópteros já foram encaminhados ao estado — um deles especialmente desenvolvido para resgates médicos. Um geólogo também vai ajudar nos trabalhos.
Cães usados nos resgates após os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho (cidades de MG) vão ajudar nas buscas. Além dos acidentes, os animais participaram de operações de buscas recentes em Recife e Petrópolis (RJ), segundo o Corpo de Bombeiro de Minas Gerais. O estado mandou um avião e um helicóptero ao Rio Grande do Sul.
"É o pior desastre já registrado na história do estado", disse Leite. Um escritório de monitoramento do governo federal será instalado a partir de segunda (6) em Porto Alegre. Os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) viajarão para a cidade.
Na tarde de sexta (3), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul recomendou "evacuação imediata" de parte do centro histórico da capital. Caso o nível do Guaíba ultrapasse seis metros, a região inundará rapidamente, informou o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública na quarta-feira (1º). A medida vale por 180 dias. Imagens registradas por moradores e autoridades mostram casas sendo levadas pelas enchentes e pontes destruídas.
Governador gaúcho destacou necessidade de doação de colchões, cobertores e roupas de cama e banho. São os itens mais demandados no momento, para dar suporte aos abrigos.
Entenda a situação das chuvas no RS
Um rio atmosférico persistente é o responsável por agravar a situação das chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo o Metsul, o corredor de umidade, que ainda deve durar vários dias, está "transportando grande quantidade de umidade da região amazônica pelo interior do continente até o território gaúcho".
O fenômeno climático ajuda a explicar tragédias no Brasil. Assim como a água corre na superfície, também existem fluxos massivos de água nos céus. Na América do Sul, um desses enormes corredores de umidade atmosférica vai justamente da região amazônica até o Centro-Sul do Brasil.
Esse "rio voador" carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional. Então, parte dessa umidade cai como chuva. Combinado com ventos de alta velocidade, o ar úmido produz chuva pesada. Esses eventos extremos de precipitação podem causar danos catastróficos à sociedade.
Dados do Metsul indicam que esse rio atmosférico seguirá atuando entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai durante grande parte desta primeira semana de maio. O instituto de meteorologia informa que "fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos" devem seguir em atuação nos próximos dias.