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Homem atingido por aparelho de 150 kg em academia volta a mexer dedos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/05/2024 13h57Atualizada em 22/05/2024 15h53

O homem que ficou paraplégico após ser atingido por um aparelho de musculação em Juazeiro do Norte (CE), voltou a mexer os dedos dos pés nesta semana.

O que aconteceu

Regilânio da Silva, de 42 anos, publicou um vídeo no qual aparece movimentando os dedos dos pés oito meses depois do acidente. O ex-motorista de app tem feito fisioterapia duas horas por dia, cinco vezes na semana, e consegue fazer boa parte das tarefas sozinho.

Mais uma evolução conquistada, que foi mexer os dedos dos pés. Obrigado a todos que me acompanham e torcem pela minha recuperação.
Regilânio Silva, em publicação nas redes sociais

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Ele estava sentado de costas para o agachamento hack, quando a estrutura de 150 quilos caiu sobre suas costas. O resultado foi uma lesão na coluna e na medula, deixando-o com menos de 1% de chance de voltar a andar. O acidente ocorreu em agosto do ano passado.

Ao UOL, no mês passado, Regilânio já havia comemorado o fato de conseguir realizar algumas tarefas sozinho. "Toda a reabilitação, graças a Deus, está evoluindo bem. Antes eu não conseguia nem me transferir da cama para cadeira, tinha ajuda de duas pessoas. Agora eu entro e saio do carro sozinho, tomo banho sozinho. E consigo ficar em pé com as botinhas e o andador, dando passadas dentro de casa", avaliou.

Ele deixou claro que ainda espera voltar a andar, e tenta retomar o máximo que consegue da antiga vida. Um exemplo é ir à academia.

Volta à academia

Desde o final do ano passado ele treina em uma rede diferente daquela em que sofreu o acidente, com o auxílio de um professor. No início, teve dificuldade de superar o trauma.

Regilânio com a família de volta à academia Imagem: Arquivo Pessoal

Eu sempre falava para o pessoal que eu sonhava com isso [voltar à academia], mas quando cheguei me vinha aquele filme na cabeça, tudo de novo, aquela pancada em mim. Eu estava brigando com o medo que estava dentro de mim.

Ele adaptou os exercícios à sua nova realidade e passa longe do agachamento hack, em que sofreu o impacto nas costas. Agora, sonha em levar a paixão pela musculação mais longe ainda.

Estou até pensando em investir, em focar bem na academia, para eu competir nesses campeonatos que têm levantamento de peso.

Regilânio da Silva, 52, ficou paraplégico depois que aparelho despencou em cima dele, em agosto; agora, ele já recuperou parte da independência Imagem: Arquivo Pessoal

Ele faz mais de 10 exercícios ao dia e afirma que não se incomoda com o processo: apesar de a fisioterapia ser desafiadora, as dores quando ele está parado são muito piores.

Tem uma dor que estressa: a neuropática. Por exemplo, agora não estou fazendo nada. Aí começa a dor na coxa, na parte exterior, e vai até a sola do pé, como um choque. E, quando chega na sola do pé, começa a queimar. Isso acontece direto, se eu não estiver fazendo nada, se eu estiver fazendo alguma atividade física, eu meio que esqueço.

Já para seguir o tratamento, ele conta com campanhas de arrecadação. Rifas e uma vaquinha foram feitas logo após o incidente.

De início, Regilânio tinha decidido não entrar com um processo contra a academia em que sofreu o acidente, mas acabou mudando de ideia depois que, segundo ele, a 220 Fit passou a publicar conteúdos nas redes sociais culpabilizando o aluno pelo que aconteceu.

Ele afirmou que recorreu à Justiça para provar que a responsabilidade é da academia —e para garantir que outros alunos tenham mais auxílio.

O UOL tentou contato com a 220 Fit, em Juazeiro do Norte. Eles responderam a uma primeira interação, mas não enviaram posicionamento ao serem questionados sobre o processo. Se houver retorno, a matéria será atualizada.

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