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Parada LGBT+ incentiva uso de verde e amarelo: 'Cores foram sequestradas'

Público na Avenida Paulista para a Parada LGBTQIA+ de 2024 Imagem: Foto: Zanone Fraissat/ Folhapress

Do UOL, em São Paulo

01/06/2024 22h09Atualizada em 03/06/2024 12h10

Convocação para vestir verde e amarelo e mensagem política. Assim pode ser definido o recado que a organização da 28ª. Edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que ocorre neste domingo (2), quer passar.

O tema do evento deste ano é: "Basta de negligência e retrocesso no legislativo: vote consciente pelo direito da população LGBT+"

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O que aconteceu

Organização quer chamar a atenção da população para o risco de retrocesso em direitos conquistados pela população LGBTQIA+ . Segundo André Fischer, diretor de comunicação da Parada de São Paulo, a ideia é fazer com que as pessoas prestem atenção no voto de seus representantes nas casas legislativas.

Maior risco de retrocesso são projetos que querem que o casamento seja apenas entre homem e mulher. Hoje, o que temos, na verdade, é uma decisão do Supremo dizendo que você não pode proibir as pessoas de registrarem seus casamentos
André Fischer

André se refere a projetos, como o PL 5167/09, que proíbem que relações entre pessoas do mesmo sexo se equiparem ao casamento ou entidade familiar. A última movimentação do projeto foi em dezembro de 2023 e que ele está na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial.

Uma decisão de 2011 do STF (Supremo Tribunal Federal), no entanto, reconhece a união homoafetiva como núcleo familiar, equiparando as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres.

"Vimos um risco real de retrocesso no ano passado". O tema deste ano foi praticamente unanimidade entre as entidades que participam da escolha do tema, explica André, que participa da organização da Parada desde 2018.

Queremos dizer que somos todos cidadãos e cidadãs e que não podemos deixar que os direitos que adquirimos sejam roubados
André Fischer

Camiseta verde e amarela

Outro recado da Parada é o uso das cores verde e amarela sugerido aos participantes do evento.

A escolha tem relação com a participação de Pablo Vittar no show da Madonna, no Rio de Janeiro. Na apresentação, as duas estavam com as cores do Brasil.

Depois do show da Madonna, houve um consenso de convocar as pessoas a usarem o verde e amarelo. Entendemos que temos que dar um recado para o legislativo. E nada melhor do que usar as cores do Brasil, que foram sequestradas em nome de certo nacionalismo, usado como desculpa de discurso de ódio. André Fischer

Parada LGBT+ de São Paulo

A Parada do Orgulho LGBT+ começa às 10h deste domingo na avenida Paulista.

A primeira edição do evento aconteceu em 1997 com 2.000 pessoas, segundo a organização. Atualmente, a Parada de São Paulo é uma das maiores do mundo; na edição de 2022, juntou 4 milhões de pessoas, segundo a organização.

Em edições passadas, o evento já chamou a atenção para temas que com o tempo se tornaram realidade para a comunidade LGBTQIA+, como união civil e o nome social para pessoas trans.

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