PCC e CV atuam em garimpo ilegal e até em ramo imobiliário, diz estudo
O PCC, o Comando Vermelho e a principal milícia do Rio de Janeiro expandiram as suas áreas de atuação para atividades como o garimpo ilegal e até para o ramo imobiliário para fazer a lavagem de dinheiro vindo de atividades criminosas, indica estudo feito pela Esfera Brasil em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta terça-feira (25).
O que aconteceu
O estudo mapeou ao menos 21 atividades das principais facções criminosas no Brasil e no exterior. Essas atividades também englobam concorrências públicas em licitações para o transporte urbano, comércio de combustíveis, serviço de luz e água. A mineração ilegal é responsável por uma movimentação financeira de até R$ 3 bilhões ao ano, indica o relatório.
Levantamento identificou a atuação de 72 facções criminosas no país. Entre elas, apenas o PCC e o Comando Vermelho atuam em outros países, indica o estudo.
O relatório será entregue ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. O objetivo é auxiliar em propostas de fortalecimento do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para combater a lavagem de dinheiro para o crime organizado.
Entidades propõem a unificação de dados sobre segurança pública entre a União e as polícias estaduais. Ainda há a intenção de criar de um comitê interministerial de combate ao crime organizado, além da regulamentação de criptoativos e do setor de apostas.
O ponto central é que o crime organizado não fica mais restrito a atividades tradicionais, como o tráfico de drogas e de armas. Ele também vem atuando em setores lícitos para fazer a lavagem de dinheiro. Para enfraquecer as organizações criminosas, é preciso criar um marco legal e saber para onde está indo esse dinheiro. É muito mais efetivo do que qualquer ação no método mais tradicional.
Pierpaolo Bottini, advogado criminalista e integrante do conselho consultivo da Esfera
Precisamos ter dados compartilhados para que a gente consiga de fato enxergar o crime organizado como um todo. E também propor o fortalecimento do Coaf, que pode trazer muito mais informação e ser melhor utilizado. Falta ainda uma visão mais global de combate ao crime organizado.
Camila Funaro Camargo Dantas, CEO da Esfera Brasil
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