Quem é Corolla, chefe do CV gravado treinando em esteira com fuzil no RJ
Preso na quarta-feira (3) pela Polícia Civil, William Sousa Guedes, o Corolla, é apontado como um dos chefes do CV (Comando Vermelho), facção criminosa que domina das favelas do Rio de Janeiro. Ele foi gravado correndo em uma esteira com fuzil e colete à prova de balas em uma suposta preparação para invadir o território ocupado por facções rivais.
O que aconteceu
Corolla estava à frente de uma "tropa" formada por cerca de 100 criminosos armados do CV, segundo investigações da Polícia Civil. Segundo apurou o UOL, ele tinha uma equipe que passava por treinamentos de combate e contava com seguranças pessoais. O traficante é acusado de coordenar ações envolvendo confrontos com facções rivais para buscar novos territórios. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Bangu 1.
Entre essas ações, estaria a tentativa de invasão ao Morro dos Macacos. A região, situada na Vila Isabel, zona norte do Rio, é controlada pelo TCP (Terceiro Comando Puro), facção rival do CV. Corolla tem nove mandados de prisão, 11 inquéritos e 54 anotações criminais. O criminoso é apontado por investigações da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) como o homem de confiança da cúpula do CV.
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Ele ganhou protagonismo na facção com o apoio de um traficante que chegou a ser apontado como o principal chefe do CV nas ruas. Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, é apontado pela polícia como o responsável por orientar por WhatsApp o que a Polícia Civil chamou de "caçada" a criminosos de facções rivais após uma aliança inédita com a principal milícia do Rio em 2023.
Corolla e Abelha já foram flagrados juntos em uma foto que circula nas redes sociais. Segundo a polícia, o preso assumiu o comando de Manguinhos a mando de Abelha.
Joias, carros e festas nas redes sociais
O traficante ostentava joias, carros e festas nas redes sociais. Expondo cordões de ouro maciço, anéis e braceletes, o preso mostrava seu estilo de vida em fotos — sempre escondendo seu rosto.
Símbolo de uma montadora de carros. Não se sabe ao certo a origem do apelido Corolla, mas o criminoso utilizava a logomarca da montadora do veículo como uma espécie de marketing de sua gestão criminosa. Seus apetrechos sempre são estampados com o "T" da Toyota ou a silhueta do popular carro japonês.
O vídeo com fuzil e colete na esteira não foi o único registro de simulação de confrontos. Em outra gravação, ele simula uma invasão. Ao lado de um guarda-costas, Corolla caminha com um fuzil e atira contra pneus.
Suspeito de envolvimento em assassinato de policial militar. Em janeiro de 2019, o soldado Daniel Henrique Mariotti participava de uma operação contra assaltos na Linha Amarela quando foi baleado na cabeça.