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Cordões de até R$ 800 mil: Perfil no X exibe supostas joias de traficantes

Cordões atribuídos a Urso, Peixão e Abelha Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo

13/07/2024 04h00

Um perfil do X chamado "Cordões do Tráfico" vem chamando a atenção por expor joias que, supostamente, seriam de líderes de facções criminosas do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Página tem mais de 75 mil seguidores. As imagens compartilhadas mostram braceletes, pingentes e cordões atribuídos a lideranças criminosas do Rio de Janeiro.

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Perfil ganhou notoriedade após prisão do traficante Corolla. A conta havia publicado, em 2022, cordões atribuídos a William Sousa Guedes, popularmente conhecido como Corolla.

Corolla adotou o "T", da Toyota, como marca registrada em suas joias. Para o marketing de sua atuação, o homem usa joias com a silhueta do carro japonês e usa o emoji de um carro nas redes sociais.

Veja as joias de Corolla Imagem: Reprodução/Redes sociais

Perfil identifica de quem é a joia e a facção que representa. Na timeline da conta, aparecem os acessórios usados por integrantes das principais organizações criminosas do Rio de Janeiro - sem exceção.

Cordões fazem sucesso nas redes

Cordões atribuídos a Urso, Peixão e Abelha Imagem: Reprodução/Redes sociais

Cordões de Urso, Peixão, Abelha e TH são os mais populares. Só de alcance na rede social, as joias dos líderes, que controlam diferentes áreas, foram vistas mais de um milhão de vezes.

Em sua foto na lista de procurados da polícia, Thiago Folly, o TH, do TCP, usa seu cordão. A joia é a mesma exposta no perfil do X no pescoço de uma influenciadora e custa em torno de R$ 200 mil, segundo a polícia. O cordão tem um leão, uma águia e carrega o nome do Complexo da Maré. TH tem 14 mandados de prisão em aberto.

TH, procurado pela polícia, e seu cordão exposto com uma influenciadora Imagem: Reprodução/Redes sociais

Peixão, líder do TCP no chamado Complexo de Israel, em Parada de Lucas, zona norte do Rio de Janeiro, traz a estrela de Davi e as cores do Estado israelense. Álvaro Santa Rosa, nome verdadeiro de Peixão, é procurado por tráfico e associação para o tráfico. Evangélico, o procurado esteve envolvido recentemente em uma polêmica em torno de um boato sobre fechamento de igrejas católicas em sua região de atuação.

Joias atribuídas a um traficante do Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Redes sociais

Cordão atribuído a Urso, chefe do tráfico na Penha, traz a imagem do animal em um trono sob a comunidade. Edgard Andrade, chamado de Urso ou Doca, é procurado por tráfico e tortura, e é considerado influente dentro da cúpula do CV.

Personagens de desenho, animais, times e símbolos religiosos. Os cordões dos traficantes carregam o que seriam as marcas registradas dos donos. Quanto mais complexo o design da joia, mais caro o acessório é. O UOL apurou em lojas especializadas que apenas o molde 3D de um pingente custa em torno de R$ 25 mil.

É comum os donos dos cordões homenagearem aliados que morreram. Nos cordões, parentes, amigos e líderes que se foram são lembrados. Abelha homenageia um filho, enquanto Peixão destaca um parceiro de crime que morreu. Versos bíblicos também são comuns.

Cordões atribuídos a traficantes Imagem: Reprodução/Redes sociais

Cordões podem custar até R$ 800 mil. Não é possível saber o preço de todas as joias sem uma avaliação direta, mas um joalheiro que já produziu peças semelhantes, consultado pelo UOL, explicou que, para a produção de um cordão semelhante, apenas pode ser utilizado um metal nobre. Isso acontece porque a forja e a modelagem dos cordões são extremamente complexas, e apenas materiais resistentes e maleáveis, como ouro e semelhantes, suportam.

No perfil, o administrador afirma que recebe fotos dos próprios donos das peças por meio de mensagens. A página, inclusive, incentiva para que os seguidores encaminhem registros de suas joias. Nos comentários, os acessórios chamam a atenção e geram curiosidade.

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