Pai de menina que morreu ao acordar e cair do 12º andar é preso em SP
Colaboração para o UOL, em São Paulo
24/07/2024 10h22
O Tribunal de Justiça de São Paulo mandou prender no dia 25 de junho o comerciante de 41 anos que foi condenado a mais de seis anos de detenção pela morte da filha, uma criança de 6 anos, que morreu após cair do 12º andar do prédio em que estava com o genitor, em Praia Grande, no litoral sul do estado.
O que aconteceu
Pai vai cumprir a pena no regime semiaberto, ou seja, só vai para a cadeia na parte da noite e tem os dias livres para estudar ou trabalhar — ele é empresário. A 1º Vara Criminal de Praia Grande determinou a detenção do réu em 13 de junho, após julgamentos dos recursos interpostos pela defesa dele e do Ministério Público de São Paulo. Entretanto, o mandado de prisão só foi cumprida em 25 de junho, conforme constam nos autos processuais aos quais o UOL teve acesso. Ele está preso desde então.
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O réu foi considerado culpado por abandono de incapaz ao sair do apartamento para levar a namorada em casa e deixar a filha sozinha. No dia do ocorrido, 11 de junho de 2022, Rafaella Lozzardo Silva, que tinha 6 anos, acordou e, ao perceber que estava desacompanhada no apartamento, ficou desesperada e despencou do 12º andar. A criança não resistiu aos ferimentos provocados pela queda e morreu.
Menina passava o final de semana na casa do genitor quando morreu. Os pais da menina viviam separados e Rafaella costumava ficar na companhia do pai durante os finais de semana. No dia em que a tragédia aconteceu, ao acordar durante a madrugada e perceber-se sozinha, a menina foi até a sacada do apartamento para pedir ajuda, uma vizinha acordou com os gritos, tentou acalmá-la e disse que acionaria a portaria do prédio para prestar auxílio, momento em que a menina caiu. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil de São Paulo na época.
Pai foi a julgamento por ter deixado a filha sozinha. Em agosto de 2023, a Justiça de São Paulo estipulou pena de 5 anos e 4 meses de prisão. O Ministério Público estadual recorreu da decisão em que pediu a majoração da pena, ou seja, aumento da sentença estipulada ao genitor, além de que o réu cumprisse a pena em regime fechado ou semiaberto.
Em fevereiro deste ano, o TJ-SP acolheu parcialmente o recurso do MP-SP. O Tribunal aumentou a pena do réu para 6 anos, 2 meses e 20 dias de detenção no regime semiaberto.
Pai estava em liberdade desde maio de 2023. Após a morte da filha, ele chegou a ser detido em duas ocasiões, mas aguardava fora da cadeia o resultado de seu julgamento no TJ-SP.
O UOL entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo para pedir mais detalhes sobre a prisão do réu, mas não obteve retorno. A reportagem também não conseguiu contato com a defesa do pai de Rafaella. Em ambos os casos, o espaço segue aberto para manifestação.