Conteúdo publicado há 1 mês

MP pede pena mínima de 18 anos para motorista de Porsche que matou motoboy

O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça estadual pena mínima de 18 anos para Igor Sauceda, réu pela morte do motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo.

O que aconteceu

Justiça aceitou denúncia apresentada pelo MPSP contra Igor por homicídio triplamente qualificado. Se for julgado e condenado, o órgão sugeriu ao Tribunal de Justiça de São Paulo que estipule pena mínima de 18 anos em regime fechado. A informação foi revelada pela TV Globo e confirmada pelo UOL junto ao MPSP.

Promotoria pediu que a Justiça fixe um valor mínimo de indenização a ser pago pelo empresário aos familiares da vítima. De acordo com o parecer apresentado pelo Ministério Público, Pedro era casado e sua esposa estava grávida na data do crime que resultou na morte do motoboy.

O UOL entrou em contato com a defesa de Igor Sauceda para pedir posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Justiça aceitou denúncia do MPSP

A denúncia do Ministério Público contra o homem foi aceita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão foi proferida na segunda-feira (6) pela juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri.

Juíza também manteve a prisão preventiva de Igor. Ela justificou a decisão ao constatar que há indícios de autoria e prova de materialidade do crime.

O MP afirmou que houve ''intenção de matar e com emprego de meio cruel''. Além disso, o órgão acrescentou no pedido enviado que o crime ocorreu por motivo fútil e dificultou a defesa da vítima.

Relembre o caso

O motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (29)
O motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (29) Imagem: Reprodução / Bom Dia São Paulo
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Câmera de segurança mostrou o motorista do carro de luxo perseguindo a moto na avenida Interlagos, na zona sul de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (29). A motocicleta ficou completamente destruída após a colisão. O Porsche aparece atravessado na avenida.

Pedro Kaique Ventura Figueiredo não resistiu aos ferimentos. O jovem foi socorrido ao Hospital do Grajaú, mas morreu. A namorada do motorista, que estava no banco do passageiro, foi socorrida para um pronto-socorro. Ela teve ferimentos leves.

O acidente teria ocorrido após uma briga de trânsito. Em alta velocidade, as imagens flagraram o momento da batida entre o carro e a moto. Motorista saiu normalmente do veículo. ''Você matou o cara da moto por causa do retrovisor do seu carro'', disseram populares ao suspeito. O condutor nega a eles que esse tenha sido o motivo.

Advogado de Igor afirmou que o motorista voltava do trabalho quando aconteceu a colisão. Ao deixar a delegacia na segunda-feira (29), Carlos Bobadilla disse à imprensa que Igor é "um cara trabalhador, honesto, do bem, que jamais teve qualquer antecedente criminal em toda a sua vida". Defensor também reforçou que o suspeito não estava bêbado no momento da colisão.

O que aconteceu foi uma fatalidade e ele, infelizmente, veio a colidir com a motocicleta da vítima. Infelizmente aconteceu essa fatalidade. Não teve nenhum dia de fúria. E o que importa é que ele não estava alcoolizado. O exame do bafômetro saiu zerado. Toda a narrativa que eu já cheguei a ouvir, inclusive aqui na delegacia, de que ele estava bêbado e provocou esse acidente, é inverídica porque ele estava sóbrio, voltando do trabalho.
Carlos Bobadilla, advogado de Igor, à imprensa

Vídeos de novos ângulos mostram a perseguição e colisão. As imagens, obtidas pelo UOL, foram adicionadas ao inquérito policial, conforme apurado pela reportagem.

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Igor citou 'conduta estranha' em depoimento

Vítima atropelada por motorista foi identificada como o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo
Vítima atropelada por motorista foi identificada como o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo Imagem: Reprodução/Redes sociais

Na delegacia, Igor declarou que teve o retrovisor quebrado por Pedro Kaique. Em depoimento, o empresário disse que o motociclista estava na sua frente, mas mudou de faixa "abruptamente". Ele explicou que tentou evitar a colisão torcendo o volante para a direita, mas que não conseguiu e atingiu a parte traseira da moto.

Suspeito falou que achou a conduta de Pedro estranha porque em data anterior arremessaram objeto na via para que ele parasse o veículo. Empresário não cita diretamente no documento se achou que seria uma tentativa de assalto. O UOL apurou que o Porsche tem débito de mais de R$ 24,5 mil referente ao IPVA de 2024 do carro de luxo.

Para a Polícia Civil, Igor teve "momento de fúria" e acelerou o carro. O delegado Edilzo Correia ressaltou ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes) que a velocidade do veículo era "excessiva". A defesa do condutor nega.

Igor foi preso em flagrante após alteração da polícia. O caso, registrado inicialmente como homicídio culposo (quando não há intenção de matar), foi encaminhado para outra delegacia e alterado para homicídio com dolo eventual, por motivo fútil (quando o agente não tem a intenção direta de provocar a morte, mas assume o risco desse resultado ao realizar uma conduta perigosa). Com a mudança, o motorista, que seria posto em liberdade, permaneceu preso.

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Após audiência, empresário foi levado para o Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos. A unidade prisional fica localizada na região metropolitana de São Paulo. A informação foi repassada pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) ao UOL.

Dias antes de morte, Porsche dirigido por Igor foi gravado "perseguindo" o carro de ex-sócios dele. O vídeo da perseguição foi feito na madrugada do dia 20 de julho. O fato ocorreu pouco mais de um mês após os ex-sócios de Igor e do pai dele registrarem um boletim de ocorrência por ameaças.

Porsche lamenta morte e nega vínculo com motorista

"É com profundo pesar que a Porsche lamenta o acidente que vitimou Pedro Kaique Figueiredo. Apresentamos nossas mais sinceras condolências à sua família e amigos.

A Porsche Brasil reafirma seu comprometimento com a segurança nas estradas e o respeito às normas estabelecidas no Código Nacional de Trânsito. A empresa não possui qualquer vínculo com o motorista envolvido no acidente.

Investimos extensivamente em programas de treinamento de condução como forma de ampliar a segurança no uso dos automóveis. Além disso, oferecemos um portfólio de oportunidades para utilização dos veículos em ambientes seguros e controlados.

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Que a lembrança deste e de outros trágicos acontecimentos inspire a reflexão e a promoção de uma conduta mais segura e responsável".
Porsche, em nota enviada ao UOL

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