Repórter pré-candidato é suspeito de ser informante de facção no PR
Um repórter policial e pré-candidato a vereador de Maringá (PR) foi indiciado por suspeita de integrar uma organização criminosa na cidade.
O que aconteceu
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca nesta quinta-feira (8) contra André Almenara. O suspeito, que teve um celular recolhido, se diz repórter e apresentador de TV e publica notícias sobre crimes na cidade. Almenara também era pré-candidato a vereador pelo União Brasil.
O repórter é suspeito de passar informações privilegiadas para criminosos. De acordo com a polícia, o homem trocava mensagens com membros da organização, avisava sobre operações e comprometia as ações de agentes.
"A reviravolta será grande", publicou Almenara em rede social. "Só nós aqui sabemos o que eu vinha enfrentando. Só não sabem que toda essa sujeira de alguns será desmascarada. A maldade não prevalecerá", publicou o repórter sem citar a investigação. O UOL entrou em contato com a defesa de André Almenara. Se houver resposta, este texto será atualizado.
O investigado passava informações sobre operações e identificava autores e vítimas de crimes. De acordo com Leandro Munin, da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos), a suspeita surgiu após um membro da facção, morto em 2023, ter o celular apreendido. A polícia encontrou conversas com Almenara no aparelho.
Tendo a função de avisar sobre investigações, autores de homicídio e mandava fotos de autores e vítimas de crimes e deflagrações de ações policiais. As investigações começaram em 2022 e em 2023 a polícia apreendeu um celular onde tinha mensagens desse individuo com o repórter
Leandro Munin, delegado da Denarc
Informante do crime
Repórter coletava informações precisas sobre operações e informava a organização por mensagens, diz a polícia. Em uma destas trocas, Almenara diz: "Recebi uma informação agora, tô indo para o local. Diz que balearam um cara na Mandacaru agora, em frente do Kennedy."
Em outras mensagens, o homem informa: "Essa carreta tava lá estacionada no G10, ali na Morangueira. Ele pegou essa droga em Foz do Iguaçu e ia levar para Minas Gerais".
A polícia acredita que o repórter incentivava homicídios na região. A conclusão foi baseada, segundo a investigação, em uma troca de mensagens em que Almenara relata: "Então, menino, tinha que ter feito ele né. Para a gente filmar ele no chão."
Recebi uma nova informação aqui, parece que tem duas situações, parece que tem um suicídio, mas parece que teve um cara que foi alvejado com tiros ali, parece que é homicídio.
Mensagem atribuída pela investigação ao repórter policial
Homem indiciado era pré-candidato a vereador
Almenara se pleiteou à Câmara de Maringá. Como pré-candidato pelo União Brasil, ele se descreveu como alguém simples e sem recursos para tocar a campanha. Ao UOL, a sigla informou, após a divulgação do indiciamento, que a candidatura do suspeito foi revogada.
Homem vai responder por integrar organização criminosa. A polícia também quer saber quem passava as informações sigilosas para o suspeito para que ele encaminhasse aos criminosos.
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