Cenipa: Caixas-pretas foram encontradas e não houve aviso de emergência
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que não houve alerta de emergência por parte da tripulação do avião que caiu em Vinhedo (SP). O órgão disse ainda que as caixas-pretas já foram encontradas.
O que aconteceu
O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, declarou que as informações iniciais não apontam contato dos pilotos com a torre. Imagens do acidente mostram a aeronave perdendo altitude até o impacto com o solo.
Os investigadores acrescentaram que a aeronave estava em condições de operar. Também foi revelado que a tripulação estava com o treinamento em dia e apta para o trabalho.
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De acordo com o Cenipa, as caixas-pretas foram encontradas. O Cenipa tem condições de extrair os dados das caixa-pretas. Caso o nível de estrago seja muito avançado, o centro pode pedir ajuda a parceiros internacionais para recuperá-los.
A aeronave tinha duas caixas-pretas. Uma registra a comunicação dos pilotos e a outra grava os dados do voo: altitude, velocidade etc.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmou que alguns dados que são colhidos pelo sistema de gravação de voz foram dispensados. Os investigadores declararam que utilizarão outros elementos para descobrir as causas dos acidentes.
Fabricantes estrangeiros vêm para o Brasil acompanhar investigação. Segundo o Cenipa, representantes da empresa canadense responsável pela fabricação do motor da aeronave e especialistas da França confirmaram que viajarão ao país acompanhar as investigações.
Gelo como causador do acidente?
O chefe do Cenipa não confirmou nem negou que formações de gelo podem ter afetado o voo. Ele acresentou que as informações meteorológicas estão sempre disponíveis aos pilotos durante o planejamento. Segundo os investigadores, não é possível apontar se o gelo foi ou não fator contribuinte para o acidente.
O Cenipa informou que a aeronave estava certificada a voar em condição de gelo. Foi acrescentado que há sistemas para evitar formação de gelo nas superfícies do avião. O modelo de avião que caiu, ATR-72, voa em países em países de maior incidência de gelo que o Brasil.
Pouso negado pelo controle aérea não foi confirmado pelo Cenipa. Segundo relatos em redes sociais, teria havido recusa em permitir a aterrissagem do avião em um aeroporto alternativo. O órgão não confirmação esta informação.
Acidente foi o pior em 17 anos
A aeronave saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) às 11h50 e a previsão de aterrissagem era às 13h45. O avião caiu no terreno de uma residência, localizada em um condomínio de Vinhedo.
Luiz Augusto de Oliveira, dono do terreno, disse ao UOL que ele estava em casa com a esposa e uma funcionária no momento da queda. Eles viram fogo na aeronave e os corpos das vítimas no local.
Aeronave do modelo ATR-72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas. Em nota, a companhia disse ter acionado todos os meios para apoiar os envolvidos e que "não há confirmação de como ocorreu o acidente". O avião decolou "sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização do voo".
Os corpos das vítimas devem ser encaminhados para IML (Instituto Médico Legal) central em São Paulo. O local ficará exclusivo para a identificação dos mortos.
O acidente foi o pior em 17 anos. Ele se tornou o quinto mais mortal da história da aviação brasileira.