Conteúdo publicado há 1 mês

MP-SP investiga 31 perfis suspeitos de aplicar golpes após queda de avião

O Ministério Público de São Paulo investiga 31 perfis suspeitos de aplicar golpes online usando fotos de vítimas da queda do avião da Voepass na última sexta-feira em Vinhedo (SP). O acidente, que matou 62, é a maior tragédia aérea do Brasil em 17 anos.

O que aconteceu

Supostos golpistas tentavam levantar recursos sob a alegação de ser em favor das vítimas. A investigação está sendo conduzida pelo Cyber Gaeco, unidade do Ministério Público de São Paulo responsável pela investigação de crimes em ambientes virtuais. A apuração é feita em conjunto com o Cyber Lab do Ministério da Justiça.

Perfis já foram retirados do ar após contato entre a Promotoria e as plataformas na internet. O foco agora é dar continuidade ao monitoramento dessas ações com identificação de outros suspeitos. O contato entre o MP e as plataformas permite que os perfis sejam retirados do ar antes mesmo de ordem judicial, agilizando a ação para evitar que golpistas façam vítimas.

MP também está oferecendo suporte psicológico, social e jurídico para as famílias das vítimas. Em paralelo, a Promotoria também acompanha a investigação conduzida pela Polícia Civil para apurar os fatores que levaram à queda da aeronave.

Procuradoria-Geral do Tribunal de Justiça está em contato com as famílias. O objetivo, segundo o órgão, é auxiliar com orientações relacionadas ao procedimento para a identificação das vítimas.

Mais de dez perfis foram criados em menos de 24h com fotos de Isabella Pozzuoli
Mais de dez perfis foram criados em menos de 24h com fotos de Isabella Pozzuoli Imagem: Reprodução/Instagram

Criminosos se aproveitaram da tragédia para aplicar golpes em nome de familiares das vítimas, conforme revelou o UOL. Nas publicações, golpistas alegam que familiares estão com dificuldades para fazer o reconhecimento de corpo e divulgam vaquinhas para o translado, velório e enterro das vítimas.

Contas fakes divulgam vaquinhas e até o "jogo do tigrinho". Um perfil criado em poucas horas no Instagram com o nome e fotos da advogada Laiana Vasatta, uma das vítimas da tragédia, divulga o jogo de azar e pede que os seguidores sigam em um perfil do TikTok.

Perfis também utilizam fotos de familiares enlutados e se passam pelas vítimas. A reportagem identificou mais de dez perfis com o nome Isabella Pozzuoli, a jovem que publicou uma foto em sua rede social pessoal minutos antes de embarcar. Os perfis fakes repostaram a foto e, até mesmo, imagens antigas com familiares dela.

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Perfis também foram criados em menos de 24h com nome e fotos de Liz Ibba do Santos. A garota de três anos estava com o pai, Rafael Fernando. Familiares relataram que Rafael tinha a guarda compartilhada de Liz e foi buscá-la no Paraná para passarem o Dia dos Pais em Florianópolis (SC).

O que se sabe sobre o caso

Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) obteve dados e áudios das caixas pretas do avião. O órgão informou que a aeronave estava com a documentação em dia e autorizada a voar. Os pilotos tinham o treinamento e as capacidades para operar a aeronave, segundo o Cenipa.

Versão sobre gelo acumulado na fuselagem ter causado perda de sustentação não é confirmada e nem descartada. Os militares ressaltaram que é prematuro para conclusões relacionadas à causa do acidente.

O governo de São Paulo reservou acomodações em um hotel na região central da capital para os familiares das vítimas. Elas têm chegado à capital para o reconhecimento dos corpos. A Secretaria de Desenvolvimento Social monitora os atendimentos.

Avião saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) com 58 passageiros e quatro tripulantes. Aeronave, que despencou 13 mil pés (4.000 metros) em dois minutos, caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar. Não houve sobreviventes.

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Casas de condomínio residencial foram atingidas após a queda. Em imagens gravadas por moradores da região do Distrito Industrial, é possível ver o momento em que a aeronave despenca.

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