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Médica morta em hotel no ES teve trauma na cabeça e intoxicação por morfina

A médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar ao lado do esposo, Fuvio Luziano Serafim; denúncia contra ele foi extinta pelo TJES Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

20/08/2024 15h45Atualizada em 20/08/2024 20h06

Novo laudo apresentado pelo Ministério Público do Espírito Santo apontou que a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, achada morta em um hotel em Colatina no ano passado, sofreu traumatismo craniano e intoxicação por morfina.

O que aconteceu

Juliana sofreu traumatismos na cabeça ainda viva. Ela morreu após sofrer bronco aspiração e asfixia provocada por uma intoxicação por morfina, segundo documento foi apresentado pelo MPES à Justiça do estado. "[O óbito] decorreu da ação conjunta de dois mecanismos: intoxicação por morfina e edema cerebral resultante de traumatismo cranioencefálico", afirma o laudo.

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Traumatismos provocaram hemorragias na vítima. Ainda conforme o laudo, o extravasamento de sangue comprova que as lesões foram provocadas com a médica ainda viva, porque, após a morte, ocorre "a interrupção da circulação sanguínea que mantém o sangue estagnado no interior dos vasos".

Laudo também estipulou o horário da morte de Juliana entre 4h e 8h da manhã do dia 2 de setembro de 2023. Para o Ministério Público, isso refuta a alegação do marido da vítima, o ex-prefeito de Catuji (MG), Fuvio Luziano Serafim, 44, de que ele acionou o socorro com a médica ainda viva. O homem foi denunciado pelo crime de feminicídio.

Socorro só chegou no hotel às 9h36, mais de uma hora depois da hora limite de morte da mulher, determinada no laudo. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou no local naquele dia, os socorristas constataram que Juliana já estava sem vida.

Em julho passado, a 1º Vara Criminal da Comarca de Colatina rejeitou a denúncia do MPES e negou que Fuivo fosse submetido ao júri popular. Na ocasião, o juiz Marcelo Bressan disse não vislumbrar a prática de feminicídio pelo denunciado, mas que a médica havia morrido devido ao "extremo vício no uso de medicamentos", prática que ela mantinha com o marido.

Ministério Público recorreu da decisão e apresentou novo laudo à Justiça, que comprovaria a participação de Fuvio na morte de Juliana. O UOL questionou ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo se o novo laudo já foi analisado, mas não obteve retorno.

Em nota, a defesa de Fuvio disse já ter sido comprovado que o ex-prefeito não matou Juliana. O advogado afirmou que vai se manifestar apenas no processo.

Entenda o caso

A Polícia Militar foi acionada pela gerência do hotel em que Fuvio estava hospedado com a esposa, Juliana Pimenta. Aos policiais, o gerente do hotel informou que hóspedes reclamaram do barulho vindo do quarto do ex-prefeito na madrugada.

Pela manhã, o homem foi até a portaria "bastante alterado, querendo pagar a conta e dizendo que a esposa estava passando mal", conforme relato do hotel. O Samu foi acionado e constatou a morte da vítima. Ela tinha sinais de agressão e o estado do quarto fez com que os peritos suspeitassem que a vítima tinha sido assassinada.

Fuvio e o motorista dele foram levados para a delegacia. A Polícia Civil foi acionada para fazer perícia no local. Os dois foram detidos em flagrante. Fuvio pelo crime de feminicídio e Robson por homicídio.

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