Adolescente morre após ser baleada por Guarda Civil em perseguição em SP
Colaboração para o UOL, em São Paulo
28/08/2024 09h33Atualizada em 28/08/2024 13h10
Uma adolescente de 17 anos morreu após ser baleada por um agente da Guarda Civil Metropolitana, no bairro Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
O que aconteceu
Camilly Pereira de Lima estava de moto com o namorado, Vinícius Caetano, no momento em que foi morta. Na noite de sexta-feira (23), os dois voltavam da hamburgueria em que o homem trabalha, localizada no Parque Fernanda, na zona sul, quando passaram a ser perseguidos pela viatura da GCM, segundo informações do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil de São Paulo.
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Perseguição foi registrada por câmeras de segurança da região. As imagens mostram Camilly na garupa da moto com o namorado pilotando, ambos sem capacete, e uma viatura da GCM logo atrás. O namorado da vítima alegou que os guardas passaram a persegui-los sem emitir aviso e, por ficarem assustados, decidiram fugir.
Agente deu tiro que atingiu Camilly nas costas e fez a jovem cair da moto. Ela foi socorrida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O guarda que disparou o tiro compareceu à delegacia e prestou depoimento. O agente Marcelo Teles dos Santos alegou que realizava patrulha junto a outros três guardas no momento em que a viatura passou por motociclistas, e que eles ouviram barulhos e um clarão que pareciam ser de tiro. O GCM disse também que pensou ser o alvo de ataque dos supostos motoqueiros e atirou de volta.
Vinícius Caetano negou a versão apresentada por Marcelo Teles. Segundo o jovem, ele e a namorada não estavam junto a outros motociclistas — as imagens das câmeras que mostram a perseguição corroboram com a versão de que o casal estava sozinho.
Guardas não prestaram socorro, segundo Vinícius. "[Eles] viram ela caída e eu pedindo socorro, passaram devagar, olhando, depois aceleraram e foram [embora]", declarou o jovem entrevista ao SP2, da TV Globo.
Marcelo Teles foi afastado de suas funções na GCM. Por meio de nota, a prefeitura de São Paulo confirmou o afastamento durante as investigações e disse que o caso também é apurado pela Corregedoria-geral da Guarda Civil Metropolitana.
O guarda foi preso, mas depois solto sob o pagamento de fiança. Ele deve responder por homicídio culposo — quando não há intenção de matar. O UOL tenta localizar a defesa dele para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.