Conteúdo publicado há 1 mês

Caso Djidja: Justiça mantém prisão de mãe, irmão e mais três pessoas

A Justiça do Amazonas manteve a prisão preventiva da mãe e do irmão da ex-sinhazinha Djidja Cardoso. A decisão judicial também determinou que mais três pessoas devem permanecer presas. Eles são réus por tráfico de drogas.

O que aconteceu

Decisão foi proferida nesta segunda-feira (9) por Celso Souza de Paula, juiz de direito titular da 3.ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas. Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar de Jesus Cardoso, irmão e mãe e Djidja, Hatus Moraes Silveira, que atuava como personal trainer da ex-sinhazinha, e José Máximo Silva de Oliveira e Sávio Soares Pereira, dono da clínica veterinária que fornecia cetamina e seu sócio, tiveram o pedido de liberdade negado.

Juiz concedeu liberdade provisória à ex-gerente do salão de Djidja, Verônica da Costa Seixas. Ela deve deixar a prisão na terça-feira (10), segundo a advogada Rosana Assis.

Verônica terá de cumprir medidas cautelares. Entre elas, o comparecimento mensal em juízo para informar e justificar as atividades. A Justiça determinou proibição de acesso ou frequência ao local do fato e outros relacionados ao consumo ou venda de drogas lícitas, ilícitas e afins, proibição de se ausentar, por período superior a oito dias, da Comarca de Manaus e de se ausentar do perímetro domiciliar no período noturno compreendido entre 22h e 6h, resguardada a jornada estudantil e laboral, bem como monitoração eletrônica.

Dez pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por tráfico de substâncias entorpecentes. Elas foram indiciadas pela Polícia Civil após a morte da ex-sinhazinha em 28 de maio, em Manaus. Segundo a polícia, a família dela criou uma seita responsável por fornecer, distribuir, incentivar e promover o uso indiscriminado do anestésico cetamina.

Os pedidos de relaxamento das prisões foram apresentados na última quarta-feira (4), pelas defesas, durante a audiência de instrução. Na ocasião, o magistrado ouviu as testemunhas arroladas pelo Ministério Público e pelas defesas e também conduziu o interrogatório dos dez denunciados.

Cinco acusados estão presos e cinco respondem ao processo em liberdade. Na decisão de hoje, o juiz autorizou a retirada do monitoramento eletrônico de quatro réus que já estavam soltos.

Defesa diz que não concordou com a decisão do magistrado. A advogada Rosana Assis, que representa Ademar, Cleusimar e Hatus, afirmou que vai aguardar a sentença que será dada após os memoriais do Ministério Público e defesa. "Entendemos que os acusados preenchem os requisitos para uma prisão domiciliar com aplicação de medidas cautelares", disse.

O UOL entrou em contato com o advogado Alan Hegerton Façanha, que representa Sávio Soares Pereira, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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Relembre o caso

A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso morreu aos 32 anos
A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso morreu aos 32 anos Imagem: Reprodução/Redes sociais; e Reprodução/Instagram/@boigarantido via Elcio Farias

Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no final de maio. Na ocasião, a família da ex-sinhazinha já era investigada por liderar o grupo religioso "Pai, Mãe, Vida", que induzia os seguidores, incluindo funcionários da rede de salões da família Cardoso, a usar cetamina para "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação", segundo a Polícia Civil.

Durante a investigação, a polícia apontou que, na seita, Ademar assumia a figura de Jesus. Já Cleusimar seria Maria e Djidja, Maria Madalena.

Grupo fazia "rituais com o uso indiscriminado de cetamina". Eles também usariam cogumelos, chás alucinógenos e Potenay, medicamento usado em bovinos e equinos com desnutrição e sistema imunológico debilitado. A seita funcionava há pelo menos dois anos no bairro Cidade Nova, em Manaus.

Após a prisão, a defesa de Cleusimar e Ademar negou a existência de uma seita religiosa. "Não existe esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual", argumentou a advogada Lidiane Roque na ocasião.

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