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Paulistanos pagam até passagem para carregar celular em estações de metrô

A estudante Camilly Ferreira carrega o celular na estação Santa Cruz do metrô em São Paulo Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, no Rio e em Sáo Paulo

12/10/2024 17h53Atualizada em 12/10/2024 19h15

Com vários bairros ainda sem energia após as chuvas que castigaram a cidade na noite de sexta-feira (11), paulistanos estão indo até as estações de metrô para carregar seus celulares.

O que aconteceu

Em algumas estações, há disputa pelas tomadas. Relatos da situação foram publicados no X por pessoas que adotaram a estratégia para carregar os aparelhos.

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Sem tomadas antes de passar pela catraca. A estudante Camilly Ferreira 19, contou que ela e a prima tiveram que pagar as passagens do metrô para conseguirem carregar os aparelhos na estação Santa Cruz.

"Na estação do Jabaquara, está um caos". Camilly contou que veio de Juquiá, no interior paulista, para passar o fim de semana com familiares na capital na região do Jabaquara. Mas ela e a prima tiveram que ir até a estação Santa Cruz para conseguir carregar o celular.

"Demoramos para achar uma tomada". A auxiliar de farmácia Marina Caires, 42, contou que, sem ter perspectiva de retorno da energia em casa, no Jardim Colombo, foi com a mãe para a estação Morumbi pela manhã para as duas carregarem os aparelhos. Elas também foram comprar uma luz de emergência para a residência.

"A gente paga uma fortuna de conta e é sempre esse serviço péssimo", reclamou Marina. Ela afirmou que ficou quase três dias sem energia em novembro do ano passado e tinha medo que isso se repetisse novamente agora. O serviço, no entanto, foi retomado durante a tarde de hoje.

"É um dia perdido"

Ainda sem previsão de retorno da energia, comerciantes relatam a perspectiva de prejuízos. "É um dia perdido", lamenta Camila Romera, sócia do Bar Tiquim, em Perdizes, zona oeste da capital, sem energia elétrica desde as 19h30. "Deu um vendaval na região e a equipe nos acionou logo em seguida dizendo que a energia tinha acabado", contou ela.

Previsão inicial era de normalização durante a madrugada. Camila conta que os funcionários foram surpreendidos ao chegar no local na manhã de ontem. Desde então, ela recebe atualizações imprecisas da Enel sobre o reestabelecimento da energia. "Até agora, nada".

Eu não posso vender um produto para os clientes se eu não tenho luz. Nós temos água, mas não conseguimos gelar uma cerveja, acender a luz da cozinha e nem ligar a coifa. Fora que eu não posso colocar um funcionário em risco para trabalhar no escuro
Camila Romera, sócia do Bar Tiquim

Mais de 1 milhão ainda sem luz

A cidade de São Paulo está sofrendo com falta de energia elétrica em várias regiões após forte chuva atingir a capital paulista ontem à noite. Uma pessoa morreu após queda de árvore no Campo Limpo, na zona sul da capital. Já em Bauru, no interior do estado, três pessoas e um cachorro morreram em razão da queda de um muro.

A Enel informou na tarde deste sábado (12) que restabeleceu a energia para cerca de 750 mil clientes. Na sexta, 2,1 milhões de clientes tiveram o serviço afetado. No momento, 1,35 milhão ainda estão sem luz. O número corresponde a pontos de instalação, como em cada casa podem morar diversas pessoas, o número de afetados pode ser bem maior.

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