Ação contra neonazismo mira militar e banda que se apresentava com suástica
Uma ação do Ministério Público de Santa Catarina deflagrada hoje de manhã contra um grupo neonazista mira um militar do Exército, um suspeito de envolvimento em um assassinato e membros de uma banda que costumava exibir bandeiras com suásticas em suas apresentações no país.
O que aconteceu
MP busca desarticular um grupo investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e por planejar atos violentos no país. Os mandados de prisão e de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe. A operação ocorre em São Paulo, Taubaté (SP), Aracaju (SE), Curitiba (PR), Jaraguá do Sul (SC), Pomerode (SC), Cocal do Sul (SC) e Caxias do Sul (RS).
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Suspeito de envolvimento em um homicídio foi preso na ação. O homem apontado como uma das lideranças do grupo estaria envolvido no assassinato de um jovem do movimento punk em 2011, segundo o MP. "O crime, motivado pela ideologia do agressor, evidencia o alto grau de violência fomentado pelos investigados por integrarem a organização", diz a Promotoria.
Militar do Exército suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas também foi preso. As ordens judiciais requeridas pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital de SC se basearam em um relatório elaborado pelo CyberGaeco.
Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo.
MP-SC, em nota
Shows de apologia ao neonazismo
Grupo musical na mira da operação do MP se apresentava em eventos neonazistas no país exibindo bandeiras com suásticas. Segundo a investigação, alguns desses eventos chegavam a reunir mais de 30 pessoas.
Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro. O emblema é associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, com um fuzil AK-47 ao centro.
Símbolo representa supremacia branca e incentivo à violência, diz o MP. "[Isso indica] a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica", cita o MP.
Cerimônia de batismo para novos membros. "Esse ritual de iniciação tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia extremista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do grupo", cita a investigação.