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Homem que matou namorada grávida por não querer filho negro vira réu no AM

O jovem foi preso por matar a mãe do filho por ela ser negra, segundo a PCAM Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/10/2024 19h02

O Tribunal de Justiça do Amazonas tornou réu, nesta quarta-feira (31), o homem preso por suspeita de matar a ex-namorada grávida por não aceitar ter um filho negro.

O que aconteceu

Victor de Souza Rocha responderá pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e feminicídio. A vítima, a jovem negra Karine Sevalho Lima, tinha 19 anos ao ser assassinada, em maio de 2022. A Justiça acolheu denúncia apresentada pelo Ministério Público do Amazonas.

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A data do julgamento ainda será marcada. O caso corre na 2º Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus.

Antes, a Justiça decidirá se o réu irá a júri popular. A decisão ficará a cargo do juiz do caso, Fábio Lopes Alfaia, durante audiência de instrução. Como o processo possui testemunhas confidenciais, o juiz determinou que elas poderão ser ouvidas de antecipadamente.

Victor de Souza Rocha foi preso em 21 de novembro de 2023 e permanece encarcerado. O UOL não conseguiu contato com a defesa do réu. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Rocha e Karine Sevelho eram namorados, mas --segundo a polícia-- a relação acabou após o réu descobrir que a vítima estava grávida. Na época, o suspeito passou a importunar Karine para que ela abortasse, porque não queria ter um filho com características negras, mas a jovem recusou. As informações foram repassadas pela Polícia Civil do Amazonas na ocasião em que o réu foi preso, em 2023.

A vitima estava no sétimo mês de gestação quando foi assassinada. "No dia do crime, Karine teria ido encontro ao Victor para informar que sua família tinha conhecimento de que ele seria o genitor do bebê e afirmar que não iria realizar o aborto", informou o delegado Ricardo Cunha, que conduziu as investigações. Segundo a polícia, Victor não aceitou a decisão e matou Karine.

O corpo de Karine foi encontrado em um matagal no dia 26 de maio de 2022. Ela estava com o rosto desfigurado, com sinais de agressões e torturas pelo corpo, além de ferimentos provocados por arma branca.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 —Central de Atendimento à Mulher— e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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