Criança também foi vítima de técnico de enfermagem em Curitiba, diz MP
O técnico de enfermagem preso em Curitiba acusado de crimes sexuais também é investigado por supostamente fotografar a parte íntima de uma criança de quatro anos. A informação foi divulgada pelo MP-PR.
O que aconteceu
Wesley da Silva Ferreira, 25, teria entrado no quarto em que a criança estava internada e a fotografado. "Ele não era responsável pelos cuidados dessa vítima, mas, por ser profissional que atende nessa unidade, ele acabou tendo acesso privilegiado a essa criança", explicou a promotora Tarcila Teixeira a jornalistas na sexta-feira (8).
Os abusos foram cometidos entre novembro de 2023 e outubro deste ano contra seis vítimas, segundo a denúncia. Quatro delas já foram identificadas, sendo que uma já morreu. Um ex-companheiro do acusado também aparece como vítima por ter sido infectado com o HIV após manter relação sexual com Wesley sem saber que ele vivia com o vírus.
Outras pessoas que se relacionaram com o técnico de enfermagem também podem ter sido infectadas. "Já concluímos que teremos muitas outras vítimas, contudo há a necessidade de identificação, até por conta da comprovação material do delito", explicou Tarcila.
O técnico de enfermagem foi denunciado por: estupro de vulnerável; registro e compartilhamento não autorizado de intimidade sexual; produção de conteúdo pornográfico envolvendo criança; armazenamento de conteúdo pornográfico infantil; lesão corporal de natureza grave pela transmissão de doença incurável (HIV).
As promotoras Tarcila Teixeira e Laryssa Honorato também pediram indenização por danos morais a cada uma das vítimas e por danos coletivos. Elas também oficiaram a Polícia Civil do Paraná para que a investigação sobre o caso siga em andamento para identificação de possíveis novas vítimas e perícia no celular do acusado.
O prejuízo atinge a sociedade como um todo porque macula a própria saúde pública, a confiança que a população tem na saúde pública, a segurança em estar sob cuidados, tutela do Estado em uma unidade de saúde Promotora Tarcila Teixeira
O UOL não conseguiu localizar a defesa de Wesley. O espaço segue aberto para manifestação.
Entenda o caso
O técnico de enfermagem gravava os abusos sexuais. O caso começou a ser investigado após uma pessoa com a qual ele mantinha relacionamento encontrar os vídeos dos abusos no celular do autor do crime.
As vítimas dos abusos eram do sexo masculino, segundo a Polícia Civil.
Gravações foram feitas em duas unidades de saúde onde o autor do crime trabalhava. Na casa dele, policiais apreenderam medicamentos subtraído dos hospitais, como morfina, fentanil e quetamina.
Como denunciar violência contra crianças e adolescentes
Denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.
Se for um caso de violência que a pessoa estiver presenciando, pode ligar no 190, da Polícia Militar, para uma viatura ir no local. Também é possível se dirigir ao Fórum da Cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.
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Quero receberQuem não denuncia situações de perigo, abandono e violência contra crianças e adolescentes pode responder pelo crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também prevê punições pra quem se omite.
Funcionários públicos que se omitem no exercício de seus cargos, em escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, entre outros, podem responder por crime de prevaricação.
Como denunciar violência médica
Em casos de violência cometida por um profissional de saúde, seja obstétrica ou sexual, é possível fazer denúncias em diversos canais.
Você pode procurar a ouvidoria do próprio hospital ou clínica. Também recebe denúncias o conselho regional de medicina de cada Estado (é possível encontrar informações neste link acessando a aba contatos). Caso o denunciado seja um enfermeiro, auxiliar ou técnico, procure o conselho de enfermagem da região (veja contatos dos órgãos por Estado neste link).
O Ministério Público Federal é outro órgão que pode receber denúncias, inclusive pela internet, neste link. Ainda podem ser acionados o Ministério da Mulher por meio do Ligue 180, canal do governo federal que funciona 24 horas por dia —funciona também por WhatsApp no número (61) 9610-0180 ou clicando neste link. O Disque Saúde, do Ministério da Saúde, é outra alternativa, e funciona no número 136.
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