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SP registra o maior número de mortes no trânsito em 9 anos

Trânsito intenso em São Paulo Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

29/12/2024 05h30

A escalada de mortes no trânsito de São Paulo atingiu um novo patamar em 2024. Mesmo sem a contabilização dos dados de dezembro, a capital já alcança o maior número de óbitos dos últimos 9 anos.

Segundo o Infosiga —ferramenta que reúne as estatísticas oficiais de sinistros no trânsito—, foram 5.593 mortes no período de janeiro a novembro em todo o estado.

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A cidade concentra 16,7% dos casos, com 935 mortes no mesmo período, superando a marca alcançada nos 12 meses de 2023 (928). O ano de 2015, quando teve início a série histórica, segue como o mais violento, com 1.101.

De lá pra cá, houve oscilações, mas desde 2021 a curva é crescente. Apenas em junho deste ano foram 111 mortos —76% a mais que o registro de junho de 2023.

Procurada para comentar os dados, a gestão Ricardo Nunes (MDB) informou, por nota, que "vem desenvolvendo uma série de medidas para ampliar a segurança de todos os usuários do viário urbano" e que a CET investiu, desde 2021, mais de R$ 185 milhões em medidas de educação de trânsito.

Os motociclistas são as vítimas mais numerosas: 427, ou 41% do total. O índice é maior que o do estado, onde eles representam 38% até aqui. Pedestres (348), ocupantes de automóveis (8%) e ciclistas (4%) completam o ranking da capital, que sustenta hoje a taxa de 8,16 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) chegou a anunciar que sua meta era fechar 2024 com a taxa de 4,5 mortes por 100 mil habitantes, mas recuou em abril do ano passado, quando trocou o compromisso anunciado no Plano de Metas por um objetivo genérico de realizar 18 medidas relativas ao tema.

A principal delas é a implementação da Faixa Azul, presente hoje em 212 quilômetros da malha viária - -acima da meta anunciada de 200 km. Específica para motociclistas, a proposta teve investimento de R$ 15,6 milhões.

Já outras ações para redução do número de mortes no trânsito, como "implementar nove projetos de redesenho urbano para segurança e conforto dos pedestres" e "300 km de ciclovias" não foram alcançadas.

"As ações de segurança no trânsito foram praticamente interrompidas na atual gestão. Obras de acalmamento de tráfego, com ampliação de calçadas e travessias elevadas, ainda não foram entregues e há uma fila de projetos parados", afirma Rafael Calabria, especialista em mobilidade urbana.

De acordo com o Infosiga, a faixa etária com mais mortes na cidade tem entre 20 e 24 anos. Já os acidentes se concentram em vias municipais e aos finais de semana.

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