Denúncias de brasileiros deportados 'são muito graves', diz Macaé Evaristo

A ministra Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, afirmou na noite deste sábado (25) que "são muito graves" as denúncias dos brasileiros que dizem ter sido agredidos por agentes norte-americanos durante voo de repatriação.
O que aconteceu
Ministra destacou que a aeronave transportava famílias e crianças com autismo e outras deficiências. Macaé declarou que as pessoas passaram por "situações muito graves", incluindo ficar muito tempo na aeronave em outros países aguardando o desembarque.
Além das agressões, os brasileiros denunciaram ter ficado mais de quatro horas dentro da aeronave em Manaus. Uma confusão ocorreu porque as pessoas estavam sofrendo com um "calor insuportável", acrescentou a ministra.
Ministério irá propor um posto de atendimento humanitário em Confins, caso ocorra a escalada de deportação de brasileiros. A pasta também fará um relatório sobre as denúncias recebidas no aeroporto e encaminhará o documento ao presidente Lula (PT) e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Ela ainda esclareceu que os deportados estão muito cansados neste momento, mas a pasta já registrou o contato de todos.
Os países têm suas políticas imigratórias. Mas elas não podem violar os direitos humanos. O Brasil sempre tratou com muito respeito todos os refugiados e as pessoas repatriadas que chegam no território nacional.
Macaé Evaristo, ministra
O nosso posicionamento é que os países podem ter suas políticas imigratórias, mas nunca podemos desrespeitar os direitos humanos. Bem vindos de volta ao Brasil. 🇧🇷 pic.twitter.com/VYvWKnl5dC
-- Macaé Evaristo (@MacaeEvaristo) January 26, 2025
Brasileiros denunciam agressões
Carlos Vinícius Jesus, 29, disse que os agentes queriam matá-los. "Nós que nos rebelamos contra eles, porque eles iriam nos matar. O avião parou três vezes, lá em Luisiana, no Panamá e Manaus. Nós que paramos o avião, senão ia cair tudo", afirmou à imprensa em Confins.
Ele ficou oito meses preso nos EUA após tentar entrar no país pelo México. "Fui ganhar a vida, mas a vida aqui tá difícil e a gente trabalha, trabalha e trabalha. Mas é melhor aqui do que lá sofrendo", disse.

Vitor Gustavo da Silva, 21, afirmou que eles foram agredidos devido ao calor. O ar-condicionado da aeronave apresentou um problema técnico. "Eles bateram na gente porque a gente tava com calor e a gente não queria ficar preso no avião mais".
O voo foi interrompido em Manaus, na noite de sexta-feira (24), após a falha no ar-condicionado. Neste sábado, os deportados decolaram em uma aeronave da FAB em direção a Confins.

Deportados mostraram fotos apresentadas para reforçar a denúncia de agressão física. As imagens, cedidas ao UOL, mostram lesões nas mãos, braços, peito e costas das pessoas.
A deportação desses brasileiros já estava prevista desde o governo Joe Biden, informou o Itamaraty ao UOL. Segundo a pasta, isso é fruto de um acordo firmado em 2018, durante o primeiro governo Trump, que se estendeu nos anos seguintes com uma série de deportações.
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