Cemitério privatizado em São Paulo cria 'área vip' para enterros

O cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital, ganhou uma "área vip" para enterros.
Próximo ao portão de entrada e ao lado das salas de velório, o espaço oferece jazigos novos, em porcelanato que imita granito, por R$ 24,6 mil divididos em 60 vezes.
Além da localização privilegiada, jardineiros ouvidos pela reportagem destacaram o fato de a área ser "virgem", ou seja, nunca ter recebido enterros.
Até a privatização do serviço funerário pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), o local funcionava como uma espécie de praça, assim como a "quadra nobre", outro espaço do cemitério rebatizado pela concessionária e em obras para a construção de túmulos novos.
Segundo o UOL apurou, a Cortel SP, responsável pela gestão do equipamento, iniciou um processo de expansão de túmulos sem o aval da Prefeitura de São Paulo.
A SP Regula, agência que fiscaliza as concessões municipais, afirmou que abriu uma fiscalização a respeito, que também apura cobranças em desacordo com a tabela oficial.
O preço atual do metro quadrado dos terrenos varia de R$ 4.927 a R$ 7.083. Já a construção funerária não é tabelada e cabe ao munícipe, informou a agência.
Expansão deve reservar 20% de área verde
As novas sepulturas ficam em áreas verdes que, segundo o contrato de concessão assinado em março de 2023, devem ter um porcentual preservado.
De acordo com a cláusula 26.1 do anexo de encargos das concessionárias, a exploração de sepulturas novas é prevista, "desde que a empresa destine no mínimo 20% da área construída adicional a novas áreas verdes permeáveis, livres e desimpedidas".
Em dezembro passado, o superintendente de fiscalização da SP Regula, Gilson Luiz de Souza, citou os critérios ambientais como um dos fatores que limitam a expansão de jazigos e ressaltou que os cemitérios concedidos continuam sendo municipais.
"Aquilo é patrimônio público. As normas seguem aplicáveis e essa é uma delas", afirmou.
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