Ausência de dedo ajudou polícia a identificar homem desaparecido desde 2013

A ausência de parte de um dedo ajudou a Polícia Científica de Santa Catarina a identificar, em janeiro deste ano, corpo de homem desaparecido em 2013.

O que aconteceu

Corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, em maio 2013. O corpo de R.T. não tinha identificação e, como não foi reclamado por familiares, o enterro ocorreu três meses depois.

Nova análise começou em setembro de 2024. Durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, do Ministério da Justiça, a família de R.T. —então dado apenas como desparecido— foi entrevistada, com coleta de material genético. Informações sobre as características física e odontológica dele também foram coletadas, bem como as condições do sumiço.

Em paralelo, a Polícia Científica em Chapecó revisou casos antigos. Ao analisar o histórico de cadáveres não identificados que foram sepultados, a entidade constatou registros compatíveis com desaparecimentos no período e local apontados nos relatos, o que levantou a hipótese de que o corpo encontrado há mais de dez anos era o homem desaparecido.

Compatibilidade levou ao pedido de exumação do corpo. O cadáver foi levado para análise no Setor de Antropologia Forense e Odontologia Legal da Polícia Científica em Florianópolis, onde os peritos confirmaram a identidade da vítima. Informações como a amputação no dedo indicador direito, fraturas antigas, deformação no braço e tratamentos odontológicos atestaram que o corpo era de R.T. As informações foram divulgadas pela polícia no dia 28 de janeiro.

Exumação de corpo foi feita após polícia levantar informações sobre desaparecido
Exumação de corpo foi feita após polícia levantar informações sobre desaparecido Imagem: Polícia Científica de Santa Catarina

Esse foi o primeiro caso do Programa Conecta da Polícia Científica de SC a ser resolvido sem processamento de material genético. O programa tem o objetivo de localizar pessoas desaparecidas e identificar corpos de identidade indeterminada com uso tecnologia avançada, integrando bancos de dados genéticos, biométricos, odontológicos e antropológicos.

Essa identificação é mais um exemplo da importância da participação de familiares de pessoas desaparecidas no Programa Conecta, permitindo que unamos as informações fornecidas pelos familiares com os conhecimentos das ciências forenses para a resolução de casos que, por anos, permanecem sem respostas. Patrícia Monteiro, perita criminal responsável pelo Programa Conecta

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