Maior esquema corrupto na Polícia Civil de SP tinha tráfico e blitz falsa

O investigador Cléber Rodrigues Gimenez, 47, da Polícia Civil de São Paulo, foi preso no último dia 23 por suspeita de lavagem de dinheiro. Ele comandava o maior esquema de corrupção da história da corporação. Investigações da Corregedoria apontam que ele arrecadou R$ 81 milhões por meio de desvio de grandes quantidades de drogas apreendidas com traficantes em falsas investigações policiais.

Como funcionava o esquema

Quadrilha recebia informes sobre grandes carregamentos de cocaína que tinham São Paulo como destino. Gimenez e seus comparsas tinham informantes no Centro-Oeste, segundo a Corregedoria.

Grupo de Gimenez abordava os caminhões assim que entravam no território paulista. Os policiais civis apresentavam falsos documentos sobre supostas investigações.

Caminhões eram escoltados até um imóvel no bairro Bom Retiro, em São Paulo. A área fica sob jurisdição da 1ª Delegacia Seccional, unidade responsável pelo 77º DP, onde Gimenez era chefe dos investigadores.

Droga, então, era vendida para outros criminosos. Segundo as investigações da Corregedoria, uma das empresas de Gimenez, a 1000 Graus, movimentou R$ 81 milhões em cinco anos mesmo sem ter um funcionário sequer em seus quadros. Se somadas transações de empresas de outras pessoas vinculadas a ele, o valor sobe para R$ 123 milhões.

Além de Gimenez, outras quatro pessoas foram presas. São eles os investigadores Gustavo Cardoso de Souza, 38, e Thiago Gonçalves de Oliveira, 35, subordinados de Gimenez, assim como o construtor Maxwell Pereira da Silva, 30, e Matheus Cauê Mendes Parro, 27.

Investigação mira outro esquema de Gimenez

Gimenez e um grupo de policiais civis da 1ª Delegacia Seccional e um agente do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Científica também são investigados por outro esquema. Segundo a Corregedoria, os policiais pegavam grandes quantidades de cocaína pura apreendidas e as substitua por uma substância adulterada.

Depois, a droga seria vendida para um narcotraficante colombiano. Esse esquema teria rendido ao menos R$ 50 milhões aos envolvidos, segundo a Corregedoria.

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O UOL não conseguiu contato com os advogados dos cinco presos. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver posicionamento dos defensores dos investigados.

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