Após teto cair, Iphan diz que ordem religiosa é responsável por manutenção

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O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) afirmou nesta quarta-feira (5), em nota conjunta com o Ministério da Cultura, que a responsabilidade pela manutenção e gestão da Igreja e Convento de São Francisco de Assis, conhecida como "igreja de ouro", é da Ordem Primeira de São Francisco.
Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas após parte do teto da igreja, tombada pelo Iphan, desabar no Centro Histórico de Salvador.
O que aconteceu
O instituto ainda ressaltou que a igreja é de propriedade da Ordem Primeira de São Francisco. O Iphan também discorreu que, "enquanto órgão de proteção do patrimônio cultural brasileiro", atua na preservação do bem e citou uma ação de restauro nos painéis de azulejaria portuguesa no local, concluído em maio de 2023.
O órgão disse que está em andamento um projeto para a restauração do edifício. Eles não deram mais detalhes do projeto, nem a previsão para a conclusão do mesmo.
Ministério da Cultura e Iphan manifestaram pesar pelo desabamento. Também afirmaram acompanhar a situação de perto, com as autoridades locais. "Permanecemos à disposição para colaborar com as investigações e adotar as medidas necessárias para a preservação e restauração do patrimônio histórico e cultural, reafirmando o compromisso com a proteção da memória nacional."
Diretor da igreja alertou Iphan há dois dias sobe dilatação no forro do teto da igreja. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o frade Pedro Júnior Freitas da Silva pediu que uma visita técnica fosse feita para analisar a situação e fazer encaminhamentos, caso necessário. O jornal disse que, nos documentos por eles obtidos, o Iphan não havia respondido à solicitação.
A reportagem tenta contato com a Ordem Primeira de São Francisco para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Entenda o caso
Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas após parte do teto da igreja desabar. A ocorrência aconteceu na tarde desta quarta-feira (5) no Centro Histórico de Salvador.
A vítima foi identificada como a turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos. A jovem, natural do município de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, visitava a igreja quando houve o desabamento, informou a Polícia Civil da Bahia ao UOL.
A morte da turista é investigada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Além de Giulia, cinco pessoas ficaram feridas, incluindo outra turista, informou a Polícia Civil. Eles foram socorridos por equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros e encaminhadas para uma unidade de saúde da região. Nenhum dos feridos corre risco de vida, segundo as autoridades.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o corpo de Giulia já havia sido retirado do local. Os bombeiros finalizaram as buscas por outras vítimas na igreja, disse o Coronel Adson Marchesini, comandante-geral dos Bombeiros da Bahia, à CNN Brasil.
Imagens feitas por testemunhas mostram os estragos após o desabamento. A parte onde os fiéis ficam durante as missas ficou ocupada por destroços, incluindo madeiras que faziam parte do teto.
O local fica aberto todos os dias para visitação turística, com ingressos vendidos por R$ 10. De segunda a sábado, o horário de visitação é das 9h às 17h. O funcionamento aos domingos e feriados é das 10h às 16h.
Igreja é ponto turístico

A Igreja e Convento de São Francisco foram construídos entre os séculos 17 e 18. Os locais são considerados uma das "Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo" e são tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Igreja tem uma "faustosa decoração interior", fruto do Barroco brasileiro, diz prefeitura de Salvador. A fachada do local é barroca e conta com painéis de azulejos portugueses com a reprodução do nascimento de São Francisco.
Interior da igreja tem talhas de madeira moldadas em ouro em pó. Entre os símbolos na parte interna do local estão folhas, flores e anjos.

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