Aeroporto de onde partiu avião que caiu é o 5º mais movimentado do país

O avião que caiu na zona oeste de São Paulo na manhã desta sexta-feira (7) partiu do Campo de Marte, na zona norte. O terminal, que não recebe voos comerciais regulares, é um dos mais movimentados do país para táxi aéreo, além de abrigar forças de segurança e unidades da Força Aérea Brasileira.

O que aconteceu

Campo de Marte é o quinto aeroporto mais movimentado do país em número de operações. Fica atrás apenas de Congonhas, Guarulhos, em São Paulo, de Brasília e do Galeão, no Rio, conforme informações do site oficial do aeroporto.

Com uma única pista pavimentada de 1.600 metros, ele opera com aviação geral, executiva e táxi aéreo. Pousos e decolagens de aeronaves são permitidos até as 22h.

É adequado para operações de aeronaves de pequeno e médio porte. A pista principal também tem um heliponto. A área patrimonial tem 2.113.667 m² e conta com 23 hangares e três postos de abastecimento de aeronaves. A infraestrutura do aeroporto inclui ainda um pátio de 1.784 m² e um terminal de passageiros de 1.220 m².

Aeroporto mais antigo de São Paulo

Fundado em 1929, o Campo de Marte desempenhou papel importante no início da aviação comercial no Brasil. Em 1931, foi inaugurado o Aeroclube de São Paulo, uma das mais antigas escolas de aviação civil do país, que segue em funcionamento. Também sedia a Associação dos Concessionários e Empresas Aeronáuticas Intervenientes, que coordena os serviços operacionais no aeroporto.

Além de suas operações civis, o aeroporto abriga unidades estratégicas das forças de segurança e militares. Sedia o Serviço Aerotático da Polícia Civil, o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar e diversas unidades da Força Aérea Brasileira, incluindo a Subdiretoria de Abastecimento, o Centro de Logística da Aeronáutica, o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo e o Hospital da Força Aérea de São Paulo.

Quem é o dono

O Campo de Marte esteve no centro de uma longa disputa judicial entre a Prefeitura de São Paulo e o governo federal por décadas. A briga começou em 1958 e girava em torno da posse e uso da área, que foi ocupada pela União após a Revolução Constitucionalista de 1932. A prefeitura buscava a reintegração de posse e indenização pelo uso do terreno.

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Em março de 2022, um acordo foi firmado para encerrar a briga. A União assumiu a propriedade de aproximadamente 1,8 milhão de metros quadrados do Campo de Marte, enquanto a prefeitura ficou com cerca de 400 mil metros quadrados. Além disso, a dívida do município com a União, estimada em R$ 25 bilhões, foi extinta, permitindo que a cidade economizasse cerca de R$ 3 bilhões anuais que eram destinados ao pagamento dessa dívida.

Em agosto de 2022, a XP Infra, braço de infraestrutura da XP Inc., venceu o leilão para a concessão de 30 anos do terminal. A XP foi a única participante do certame, arrematando também o aeroporto de Jacarepaguá, no Rio —ambos por R$ 141,4 milhões. A estratégia da empresa inclui investimentos em infraestrutura aeroportuária e exploração de ativos imobiliários nas áreas concedidas.

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